“A base do NFT está no Blockchain”
O NFT aparece como o grande movimento dentro da internet,
isto desde a transformação provocada pelo Blockchain e pela criptomoeda Bitcoin.
E o NFT é um cripto-colecionável, isto é, uma tecnologia que envolve transações
de ativos digitais.
Os NFTs podem ser vídeos, criptoarte, jogos e itens
colecionáveis. Os casos de vendas de NFT que repercutiram, recentemente, foram
o meme Nyan Cat, peças de arte da cantora Grimes e o primeiro tuíte do CEO do
Twitter.
A grande transformação do NFT, contudo, é sim na arte digital
ou criptoarte. A sigla significa non-fungible token (em tradução livre, token
não fungível) e se trata de um tipo de chave eletrônica criptográfica usada de
forma única.
A pessoa que compra um NFT se torna proprietário de uma
espécie de certificado de propriedade intelectual, com autenticidade e
unicidade garantidas por esta chave criptográfica, o que lhe garante o caráter
de um bem original, e não uma cópia.
O conceito de não-fungível é dizer que algo não pode ser
cambiável por outro semelhante, como uma nota de cem pode ser trocada por duas
de cinquenta, por exemplo. O NFT, então, é diferente de bens digitais ou
criptoativos fungíveis como Bitcoin, Ethereum e a maioria das criptomoedas. Um
bem não-fungível tem o caráter de ser único e original.
O NFT, envolvendo um bem não-fungível e digital, portanto,
quando falamos da criptoarte, este se refere a um mercado que se torna
semelhante ao das obras de arte físicas, o ambiente virtual toma emprestado
conceitos que vem deste mercado e aplica às transações de criptoarte.
O NFT surgiu em 2012 com a apresentação da Coloured Coins,
também conhecida como Bitcoin 2.x, uma criptomoeda que não vingou. O NFT mais
comum, hoje em dia, é o padrão ERC-721, que opera na rede Ethereum, tendo NFTs
de outros padrões, também, como o ERC-1155, da Enjin, que tem foco em
videogames.
O Ethereum é a segunda criptomoeda mais famosa do mundo,
atrás somente do Bitcoin, e, no caso do NFT, o Ethereum é fundamental, pois a
chave criptográfica é armazenada no Blockchain Ethereum (ETH), que suporta a
gravação de informações extras que diferenciam uma ETH (moeda virtual) de um
NFT (ativo único).
A base do NFT está no Blockchain, pois este pode rastrear a
troca de certas informações pela internet, criando uma rede de blocos entre os
envolvidos nessa troca. Todas as vendas de NFT, portanto, estão registradas em
detalhes no Blockchain.
Um NFT é único, por sua vez, pois comporta um valor
específico e, também, tem propriedades próprias de seu token, pois este possui
um hash digital, um tipo de função que converte letras e números em
criptografia, que é diferente em cada padrão adotado, garantindo a
originalidade de um NFT, e impedindo a sua falsificação.
O NFT de uma obra de arte, por exemplo, pode ser comprado
como um tipo de investimento para uma possível venda futura se esta peça se
valorizar no mercado. No caso do meme do Nyan Cat, o GIF foi leiloado por Chris
Torres e arrecadou 300 ETH, o que equivale a cerca de US$ 600 mil e, a não ser
que esteja especificado em contrato, o novo dono pode até explorar
comercialmente o meme, lucrando com este NFT que agora lhe pertence.
E a indústria fonográfica também começa a explorar o mercado
de NFTs, a banda Kings of Leon, por exemplo, lançou um novo álbum que incluía
versões em NFT com certos benefícios exclusivos para o comprador.
Pode se dizer que a tecnologia não vai acabar com a
pirataria, mas pode recriar e recuperar um mercado que entrou em crise com o
surgimento do MP3, e depois, com uma pequena melhora, mas ainda ínfima, com as
reduzidas compensações do streaming.
Com o NFT, então, podemos ter o caso de verdadeiros fãs
desembolsando dinheiro para angariar reconhecimento de seu artista escolhido ou
favorito e dar um apoio às iniciativas deste artista.
Gustavo Bastos, filósofo e escritor.
Link da Século Diário : https://www.seculodiario.com.br/colunas/o-nft-a-criptoarte-e-suas-novidades-parte-i
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