PEDRA FILOSOFAL

"Em vez de pensar que cada dia que passa é menos um dia na sua vida, pense que foi mais um dia vivido." (Gustavo Bastos)

sexta-feira, 23 de abril de 2021

LORDS OF CHAOS – A SANGRENTA HISTÓRIA DO METAL SATÂNICO UNDERGROUND – PARTE VII

“Toda a cena norueguesa é baseada no Euronymous e no testemunho dele em sua loja.”

Em Lords Of Chaos, podemos ler : “Um sueco chamado Per Yngve Ohlin, codinome “Dead”, viria a se juntar ao Mayhem como seu novo vocalista, tendo sido anteriormente membro de uma banda de death metal com tema de terror, chamada Morbid.

O Dead seria o primeiro membro notável da saga do black metal nórdico ao dar um tiro em sua própria cabeça, em 1991, vivendo à altura do seu apelido ao mesmo tempo que morria com ele.”

Ainda segue em Lords Of Chaos : “Na costa oeste da Noruega se encontra a antiga cidade de Bergen, famosa por sua atitude aristocrática de independência em relação às outras áreas do país – especialmente Oslo.

Bergen era o lar de Kristian Vikernes (que posteriormente mudaria seu nome legalmente para Varg), um adolescente carismático com um entusiasmo explosivo por qualquer assunto que fosse sua fixação no momento.”

Temos o seguimento do relato em Lords Of Chaos : “Tendo tocado guitarra por anos, ele se juntou à banda de death metal Old Funeral, mas rapidamente se cansou da superficialidade e dos shows juvenis da banda.

Ao tocar com o conjunto, Vikernes teve contato com muitos dos que mais tarde se tornariam importantes para o mundo do black metal. Ele conheceu os músicos que posteriormente formariam  a banda Immortal, e também conheceu o lendário Euronymous.

Depois de sair do Old Funeral, Vikernes formou uma one-man band para poder ter controle total sobre sua obra. Originalmente chamada Uruk-hai, em uma referência à obra de J.R.R.Tolkien, ele posteriormente mudou o nome do projeto para Burzum, outro termo cunhado por Tolkien que significa “escuridão”.”

Segue Lords Of Chaos : “O Burzum não foi a única banda nova de black metal a surgir. Um conjunto de Oslo, Darkthrone, estava começando a chamar atenção e fez alguns shows nessa época.

Alguns membros da banda ainda usavam roupas de ginástica, entregando as suas origens no death metal; outros começaram a usar trajes mais alinhados com a estética do black metal que começava a se desenvolver.”

Segue Lords Of Chaos : “Outros conjuntos que logo reivindicaram o título de black metal incluíam o Immortal (que também surgiu do que sobrou do Old Funeral) e um jovem grupo do interior de Telemark, Emperor.

Essa última banda, junto de Vikernes, estava destinada a cumprir um papel importante no processo de trazer ao gênero a atenção  não só de colecionadores de discos, mas também das delegacias de polícia.”

Euronymous abriu uma loja de discos que também virou gravadora, a Helvete, e que foi ponto de encontro das figuras mais importantes do cenário black metal que evoluiria naquela época.

Metalion nos diz : “Esse foi o momento da criação de toda a cena do black metal norueguês – está tudo conectado àquela loja, à influência que o Euronymous tinha sobre os clientes mais jovens da loja, e a como ele os convencia do que era real ou não nesse mundo.

Muitos dos caras do Immortal e do Darkthrone curtiam death metal normal e o Euronymous mostrou pra eles o que o black metal era de verdade, como as coisas deviam ser, e eles o seguiram.

Olhando para o primeiro álbum do Darkthrone e comparando com o segundo, dá pra ver a influência do Euronymous no segundo, A Blaze in the Northern Sky. Esse foi o primeiro álbum de black metal norueguês depois do Deathcrush que foi realmente uma influência grande pro resto da cena.

Depois veio o Immortal, que era uma banda de death metal que virou black metal, também por influência do Euronymous. Mesmo que eles não admitam, é verdade. Mesma coisa com o Emperor – eles tinham uma banda chamada Thou Shalt Suffer, que era death metal, e virou Emperor, que era black metal. Toda a cena norueguesa é baseada no Euronymous e no testemunho dele em sua loja.

Ele convenceu eles do que era certo e do que era errado. Ele sempre dizia o que pensava; seguindo os próprios instintos sobre o que seria o black metal verdadeiro tipo usar corpse paint e spikes, idolatrar a morte e ser extremo. Era isso que ele falava pra todo mundo.”

Aqui temos, lendo o livro Lords Of Chaos, neste trecho, o que gerou e desenvolveu o cenário black metal norueguês, e as sementes do mal que logo chocariam o mundo, numa versão diabólica do rock nunca antes vista.

O black metal norueguês daquela geração noventista que surgia ultrapassou a barreira da teoria, como o perverso psicanalítico, e alguns membros do que viria a ser o inner circle foram às vias de fato para produzir a polêmica e o caos.

Gustavo Bastos, filósofo e escritor.

Link da Século Diário : https://www.seculodiario.com.br/cultura/a-sangrenta-historia-do-metal-satanico-underground-parte-vii 

 

 

 

 

 

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