“O Reverendo Moon fundou a Igreja da Unificação em 1954”
O Reverendo Moon fundou a Associação das Famílias para
Unificação e Paz Mundial, dentre outras associações, espalhadas no mundo. Tem
como obra em livro principal a Exposição do Princípio Divino. Umas de suas
funções conhecidas era a de celebrar casamentos em massa. Moon também foi dono
de um conglomerado bilionário na área de comunicações, de automóveis, remédios,
armas, turismo, publicidade e outras atividades mais.
E o Reverendo Moon decidiu comprar terras no Mato Grosso do
Sul e também do lado paraguaio, e nos anos 1990 o Reverendo Moon iniciou um
projeto de fazer da cidade de Jardim uma colônia coreana, para onde afluíram
tanto coreanos como japoneses. Pelos seus métodos de doutrinação, o Reverendo
Moon foi proibido de entrar no Reino Unido em 1995, e em 1982 foi preso nos
Estados Unidos por suborno de parlamentares, sonegação fiscal, e especulação
acionária.
A Igreja da Unificação foi fundada pelo Reverendo Moon em
Seul, na Coreia do Sul. O livro sobre o Princípio Divino foi a base da teologia
desta igreja, e tal doutrinação passa pela ideia de que Deus, através de Jesus,
escolheu o Reverendo Moon para concluir a missão de Jesus, como uma espécie de
segundo advento para terminar o trabalho do Messias.
As controvérsias do movimento de Unificação passam pela
política, como nos temas da reunificação coreana e do anticomunismo, sendo um
movimento criticado por eruditos judeus e também cristãos, e Moon e sua esposa
foram também proibidos de entrar nos países signatários do Acordo de Schengen,
como a Alemanha, por exemplo.
A igreja do Reverendo Moon no Brasil começou a ser
investigada pela Polícia Federal em dezembro de 2001, com suspeitas de lavagem
de dinheiro, uso de documentos falsos, estelionato e problemas trabalhistas, em
2002 chegou a ter uma operação de busca e apreensão tanto em São Paulo como no
Mato Grosso do Sul.
No município de Jardim o Reverendo Moon chegou a ser
considerado como Deus, com um projeto de erguer ali o Reino dos Céus na Terra.
Para os fiéis do Reverendo, ele é o Verdadeiro Pai, e sua esposa, Hak Ja Han, a
Verdadeira Mãe, e tudo que diz respeito à seita, por fim, é entendido pelos
fiéis como “Verdadeiro”.
A fazenda Nova Esperança, por sua vez, no município de
Jardim, foi fundada para virar um verdadeiro paraíso terrestre, e com diversos
workshops, o Reverendo Moon consegue fazer a combinação de religião com
finanças, com o Reverendo que tinha como objetivo tornar Nova Esperança num
modelo autossuficiente de criação de animais e de lavouras, indo dali para todo
o Mato Grosso do Sul, para o Brasil, América Latina e dali para o mundo.
O Reverendo Moon fundou a Igreja da Unificação em 1954 para
concluir a missão que Jesus lhe confiou quando o mesmo lhe apareceu quando o
Reverendo tinha 16 anos. Moon aparece então aos seus fiéis como o novo Messias,
com a função de mostrar a salvação por meio da família.
Contudo, essa imagem de entidade espiritual só vigorava
dentro de seu círculo de ação, pois na própria Coreia ele já era acusado de
orgias sexuais. Depois nos Estados Unidos tiveram novas denúncias, como citei
acima neste texto. Mas, mesmo diante de problemas com a justiça, o Reverendo
Moon conseguiu fundar um império de empresas diversas.
O cálculo da fortuna do Reverendo Moon em vida, no seu auge,
é um caso obscuro, ele tinha tanto o patrimônio próprio, como tinha ajuda
financeira para o movimento de empresários japoneses e coreanos. Pode ser que a
fortuna do Reverendo Moon chegasse a somar cerca de US$ 8 bilhões, com aportes nos
Estados Unidos, Coreia do Sul e Japão. E grande parte desta fortuna foi
aplicada no projeto utópico no município de Jardim.
E o Reverendo usou seu poder econômico para seduzir os
populares da região, muitos evangélicos e católicos, por exemplo, e que tiveram
chance de emprego graças ao Reverendo, sendo assim um meio de cooptação e de
conversão à igreja do Reverendo. O Reverendo Moon morreu em 3 de setembro de
2012 de pneumonia.
(Obs : Caros leitores, estou saindo de férias e retorno em
fevereiro de 2020, para encerrar esta série sobre os gurus e trazendo novidades
para a coluna, boas festas!)
Gustavo Bastos, filósofo e escritor.
Link da Século Diário : https://seculodiario.com.br/public/jornal/artigo/guros-e-curandeiros-parte-xvii
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