Pela cidade o músico de rua,
pela cidade o lixo espalhado,
pela cidade a porta do mundo.
Vagamos por aí, na cidade iluminada.
Nos perdemos por aí, na cidade escura.
Breu e luz, multidão e solidão.
Na cidade o rito de dança.
Na cidade o grito de esperança.
Metrópoles sem fim,
o horizonte dos postes,
esquinas, mercados,
pedestres, carros,
ônibus passando,
os muitos que vão e voltam,
os outros todos,
e a cidade toda,
como na película da cidade aberta
aos turistas,
como no cartão-postal
dos pontos de encontro,
como na fotografia
que descansa na mesa do poeta,
a cidade toda na rua,
e a janela vendo tudo.
Pela cidade toda a esperança.
Pela cidade toda a revolta.
Pela cidade todo o sorriso.
Pela cidade todo o protesto.
As ruas se abrem:
a cidade brilha de dia e de noite,
a cidade brinca de ter tudo
dentro dela,
a cidade é sortida de pesadelos
e sonhos,
a cidade se enfeita nas efemérides,
a cidade se suja na esbórnia,
a cidade é varrida,
a cidade é cheia,
a cidade é repleta,
todos na cidade
vão trabalhar,
todos na cidade
vão vadiar,
mendigos, putas, doutores,
a cidade é o canto
e o poema desde já!
Uma Carta para Elizabeth: Breve Romance de Sonho
Há uma semana
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