As claras névoas se sucedem
no caldo marmóreo das nuvens,
entre os dentes o corpo do flagelo.
Ruminei a sede a fome o caos,
dentro do turbilhão selvagem
cantei o sereno fim.
O poema, sol das asas entre saturnos,
cai em fel e mel e céu e terror.
Dentro da caixa o pó do que resta,
uma esfera enigma de ser indeciso,
um círculo triângulo de mesmerizados.
Peste bubônica arrasada a terra vil,
os sonhos vis são depurados
em anjos visionários,
os castelos ruíram de sol sob a cal e o ferro,
os moços da poesia
enlutaram as poetisas
no mormaço do deserto,
os limos do chão à pedra
de fundo osso ao tempo frio
estalaram a pele de monstro
dos remansos das trevas
que explodiram ao pavio
das horas recortadas
do delírio.
Os ventos, brumas calcárias,
semearam o sol que vinga o sangue azul,
derrotadas as magias dentro de mim,
enfurnado em lua sob a salina dança
os mares fogem ao sorriso de horror,
dois fundos dramas solfejam
diante da canção sumária,
e a luz cai qual visão
na paz sem memória.
18/01/2014 Êxtase
(Gustavo Bastos)
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