Plange hirto o fundo da barriga.
Qual o sono das esferas?
Qual o dia da mancha azul?
Faz-se o sol,
eu leio o fashion
das cartas
rasgadas,
veio o céu selado
ao alvo.
Plange sílfide na tormenta.
Eu tenho o trabalho do tear
com os livros estourados.
Cânticos tibetanos,
filósofos,
pensei em Heidegger,
desisti,
lutei com Nietzsche
e dei um urro,
espanquei Kant
e apanhei de Hegel,
mordi a bunda
de Marx
e vi Platão
numa foto,
quem a tirou
de minha estante?
Certo alfarrábio,
o livro mascado
de fome de Freud,
e todos os doutos
da Igreja.
Qual dor mais enternecida
que no "cântico dos cânticos"?
Viro os olhos nas suratas,
perco as canções de Gita,
o verso dorme em Safo,
os olhos voltam a si
com o vinho de Baudelaire,
peço a Beckett
para expulsar
Lucky
da festa,
Pozzo dá um salto!
Quantas mais?
Sócrates se debulha.
Aristóteles não adianta morder,
quebra os dentes.
Parmênides é uma pedra,
Heráclito um miasma.
16/04/2013 Êxtase
(Gustavo Bastos)
A Hora das Fornalhas
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