Quem mais ridículo que nós, poetas?
Vivemos na linha esquerda
da esquerda,
zero absoluto
do vazio,
descrença informe
na letra morta,
vinho pirateado
de morfemas,
consciência silenciosa
dos poemas,
voz sem força,
ritmo sem segurança,
fome absurda,
sede monumental,
corpo flácido,
olhos tortos,
versos pueris,
limo na roda
da canção,
lamento das horas
que se vão,
um poeta não sabe
nada,
um poema não nos diz
nada,
pavonear sem inteligência
é a ruína dos poetaços,
pavão também morre
como morrem os poetas.
22/09/2012 Libertação
(Gustavo Bastos)
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