Dança na escura noite
o poeta sem sol.
Revela, da face nua,
a essência e a totalidade
num ato singular.
A pedra fundante
cai em montanha azul
de feno e sal,
de terra e poesia.
O giro das máquinas,
a febre do motor,
a ponte destruída
de um rio poluído,
a borboleta negra
pousada
no enigma de
uma folha,
a paisagem inexaurível
como rocha em festa
com os olhos da loucura,
o castelo em ruínas
de um antigo
suserano feudal,
tudo é telepatia
inoculada
no vento
da vida,
vigília e desespero
filosóficos.
Eu tomei ácido lisérgico
na volta do riacho,
mergulhei no gelo
da cachoeira,
a queda de cristal,
o grito de diamante,
os pulos de sapos,
os gravetos, os galhos,
a fogueira!
Entendi que a pena capital
aguardava um surto
no futuro,
o assombro da memória
derretida,
o mel do êxtase
no veneno da erva,
o olho místico
num oásis contemplativo,
a flor rosa mística
de um lápis-lazúli
que faz o diagrama
da ametista
no verdor das veredas
de uma esmeralda.
O canto é silvestre,
como o cheiro de chuva
no meu nariz que delira!
26/09/2012 Libertação
(Gustavo Bastos)
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