Polissêmica viaja atômica
a bomba escrita.
Da arte se faz verso torto
do mar morto.
Verdadejante verdade
pluritonal.
Do azul límpido, o que se vê?
Viajante do mundo inteiro,
seus lugares sem paradeiro,
um poeta e um romanceiro.
De versos em versos
procura.
Na chuva e no sol
se cura.
Não há vida mais
besta.
A busca do seu lampejo
dardeja na pupila.
E uma retina feroz
enxerga
o que ninguém
vê.
Viajante do mundo inteiro,
passos alquebrados
com os bolsos leves
e sem dinheiro.
Ele vai pelo mundo inteiro.
Vai sem sentimento,
sem guardar o momento,
sem ficar a esmo
delirando por um
marasmo,
vai ao alto,
sem pecado.
Das dores, quanta vã filosofia!
O mundo não se compõe
no verso inteiro.
O mundo inteiro viaja
sem o poeta.
O verso inteiro
não refaz
os caminhos
da viagem.
O mundo inteiro
não alivia
sua miragem.
Viajante do mundo,
seu verso inteiro
não cabe
no mundo inteiro.
10/03/2012 A Lírica do Caos
(Gustavo Bastos)
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