O vindouro é o que não vemos.
O que não vemos, se vemos,
não sentimos.
O que sentimos, o que não
se entende, é o que se
sente.
O corpo nu, no frio, na contramão,
é o atropelo dos dias, não se sente nada.
A alma nua, no calafrio, no impacto,
na sedução se perde em poesia!
O que não temos é o que não somos.
Deste "ter-ser" tergiversa
o tartamudo.
Da poesia se tem o escândalo,
da poesia se emite o grito,
da poesia se faz um rito.
Não tenho nada, não sou
a poesia.
A poesia é que é em mim.
29/12/2011 A Lírica do Caos
(Gustavo Bastos)
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