PEDRA FILOSOFAL

"Em vez de pensar que cada dia que passa é menos um dia na sua vida, pense que foi mais um dia vivido." (Gustavo Bastos)

sábado, 1 de outubro de 2011

ROSA MORTA (PERFEITA ILUSÃO)


    Se não existem flores,
                   sempre semeio torpores,
                                              de falsas flores.

   Encontro, qual rosa perfeita, sua maledicência.
   Ressoando a alma decantada no ar rarefeito,
   esgarçando a moral, voz hipócrita definhando.

   Estarei, depois, na praça cantante, deitado e mendicante.
   Vagarei no verso vulgar e amador.

   Meu verso, que é natimorto e feto noturno,
   olha de soslaio a derrota íntima.
   No sabor degradante de volúpias e febres,
   delírios acordam os sonos cadavéricos
   do ópio que me enleva.

           As flores são rosas mortas!

   Vejo entre mil essências o perfume de maravilhamento.
   Me tem a mortalha que mortifica, de olhos ardentes como fogo.
   Qual edificação multiforme, o pensamento se transforma.
   Delícias inumeráveis? Serei finalmente feliz?
   Agora vejo somente torpores, nada de flores.

 

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