Se não existem flores,
sempre semeio torpores,
de falsas flores.
Encontro, qual rosa perfeita, sua maledicência.
Ressoando a alma decantada no ar rarefeito,
esgarçando a moral, voz hipócrita definhando.
Estarei, depois, na praça cantante, deitado e mendicante.
Vagarei no verso vulgar e amador.
Meu verso, que é natimorto e feto noturno,
olha de soslaio a derrota íntima.
No sabor degradante de volúpias e febres,
delírios acordam os sonos cadavéricos
do ópio que me enleva.
As flores são rosas mortas!
Vejo entre mil essências o perfume de maravilhamento.
Me tem a mortalha que mortifica, de olhos ardentes como fogo.
Qual edificação multiforme, o pensamento se transforma.
Delícias inumeráveis? Serei finalmente feliz?
Agora vejo somente torpores, nada de flores.
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