Qual era o mistério do meu demônio interior?
Sofri qual uva no lagar,
toda a febre de espora e de luta.
Cavalguei sem rumo o destino das eras.
O que era a noite naquela noite?
Senti gotejar todas as guerras,
e eram fortes mármores de tempo negro,
eram fortes topázios no vento.
Qual era a cor da minha noite interior?
Era escura como o escuro da morte,
eram todas as trevas da imaginação
num golpe de sonho e de delírio,
uma paisagem selvagem de miragem.
Toda a imagem da viagem.
Eu entrava em lógicas misteriosas,
afogando a mente num torpor de ópio,
e a maçã do pecado já não era mais,
nem o campo de laranjas.
Tremi diante da náusea das teorias,
e numa vindima pari os meus
poemas violáceos.
Eram do castelo as meditações rubras,
e sangue era a época do meu cristal,
o qual as mãos espatifaram
na parede da quimera,
sonhos sazonais de estrume,
e queda repentina no vazio.
Gustavo Bastos 14/05/2009
A Hora das Fornalhas
Há 19 horas
Do intenso sofrimento, nasce o profundo! Só quem le nas entrelinhas, para avaliar tanta coragem para seguir entre atribulações severas...Passa lá amigo, tem homenagem a nós, os que escrevem feito gotas de lágrimas...Abraços
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