PEDRA FILOSOFAL

"Em vez de pensar que cada dia que passa é menos um dia na sua vida, pense que foi mais um dia vivido." (Gustavo Bastos)

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

CONCERTOS PARA O SOL DA MORTE

De que vale um tostão à toa na noite dos nababos?

Quem vem? Se minha pátria é um dia morno,

Quando esperava o instrumento musical,

Quando esperava a mulher ideal,

Quando roubei ouro insano

Para umas férias no sal das minhas retinas,

Doido por me valer da vida

O máximo de loucura que se é capaz de ter,

Para se ter todas as certezas do mundo

Num só milagre que gritou no meu estômago.



As vozes repetidas, cavalos em meu pátio,

Desonra infinita e meus nervos mortos,

A pele sufocada numa imagem qualquer

De arte velha.



Eu descobri o mundo:

São vários míseros campos desolados,

Raízes de almas arrancadas,

Guerra do orgulho que há nos fuzis,

Venenos em mãos de desgraçados,

E um tanto de gosto popular

Nas voracidades do açougue diário.



Veja o sol: ele se virará contra todos

Os que dele blasfemam,

Até queimar o mundo inteiro.

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