O que tenho talvez ainda na vida
Se dá com um verso então subalterno
Da escrita, nos dias que silenciam no campo
Volta-se a si mesmo
Por vazios e encostas muros palavrazes frases
Tenho dó do horror que pode ser um não
Pois tememos sempre uma invasão
De nossas consciências,
E o vivo dentro não pode explodir
Intramuros calefação engodo peste e solidão
Porco terremoto ventre fatias,
Rocha rocha pedra rocha
Patifes vagabundos desertores de tudo e de todos
Início sem fim início sem
Arte pichação recreio
Com isso
Sem aquilo
Sem nome
Sem rumo
Com carne
Fala muito do corpo e da queda
Fala da loucura cura
Tamanhas ilusões sem esperar
Segredos feitiços cheios de armas
Fé resoluta pecados chatos
Eu tive glórias e desaforos
Somos todos iguais, somos todos diferentes
A saga do velho planeta
Sob outonos sob invernos
Precipícios internos versos
Perto de mais universo, talvez
Ali um pouco longe ali
Sem rosto sem cor sem história
Sorte rara do tamanho de um gigante
Diamante
Criativo fogo álcool e rua
Ali acolá
Até lá bem de lá do lugar estranho
Eu tive sérias raivas tive mesmo no esgoto
Estranho bem de lá qualquer lugar
Ah! Queimo tudo que passou passou como nada
Definho sem poderes de crer e não crer
Somente como humano demais humano
Cara de idiota e gênio de facínora
Uma vez mais
Tanto faz
Tanto
Faz tempo
Que não há
Tempo
Que eu criei
Tanto faz
Venha até a mim sem falar nada, cale-se
O que foi criatura anjo ou babaca
Gordo babaca mais bacaca baba
Antigo simbolista autor anacrônico
Coração de ferro transe de infernos
Meio maluco meio inteligente
Tanque do fim findo fomos tanques
Eu tive bem do sonho bem do paraíso
Fantasia fantasma
Fantasia fantástica
Fantasma suástica
Oh! Perco perigos portos anormais
Subsolo subtenente
Homem de farda elegante e educado
Homem histérico quando com arma
Eu ria: “Quá! Quaráquáquá!”
Eu xingava: “Filho de Satanás!”
Estive lendo fins sem emoção
Retratos velhos
Olhos desbotados poças de sangue mel e filme
O doido morrera queimado eu nem vi
Ai! Eu via uma enorme TRIP uns milhões de decibéis
Oh! Não se acerta na loteria dos desprezíveis
Eu ria: “Quá! Quaráquáquá! Quá! quaráquáquá! Ele morreu ...”
Tempo de sacanagem pura sacanagem da sacanagem
Canais de ofertas televisivas um encanto de modernidade sedução
Jogo de cena êxtase dia de finados
Eu subjuguei Cristo às ordens do Diabo, subornei Judas
Ainda teria que me fingir de morto e dar um belo susto no povaréu,
Feito fogo sem limite e hora marcada
Relógio do óbvio quebra na quase tragédia tragédia
Eu não disse morrer
Sem que seja fatal
Até em brincar
Brincar de apaixonado brincar de revoltado
Eu não disse morrer sem fatal
Eu não fatal disse brincar morrer
Eu não morri morri não
Eu não fatal não morri
Quem sou eu?
Há 2 semanas
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