A FORMA IMPREVISTA
Ela é perfeita como um círculo
Ou uma rosa de madrugada:
Esta é a razão por que em silêncio
Eu fico em êxtase a olhá-la.
Há nela a sugestão de um caule
Que suportasse frutos densos:
Um corpo esguio e delicado
Com seios túmidos suspensos.
Mas, o seu ser indefinido
Se impõe de um jeito ardente e morno:
É que se vê, vendo-a, que a alenta
Uma alma bem maior que o corpo.
Assim pequena, cabe inteira
Num breve abraço de querença:
Entretanto, sobra dos braços
Sua verdade mais intensa.
Eu, que a olho (círculo ou rosa?),
Sei que sua essência é a vida:
E eis por que é certo quando digo
Que a beleza é forma imprevista.
A Hora das Fornalhas
Há um dia
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