Levaram-se os ossos do morto à cremação, enfim,
na nota estava sem nome, completamente indigente,
a exumação fora um fracasso, o carrasco estava
bravo e delirava com a fome que se tomava no deserto.
As brumas sobraram nos castelos, e o vale suicida,
lá nas trevas e tempestades das almas mortas,
andava um cavaleiro e seu cavalo preto, ao brilho dos
olhos que faiscavam morte e loucura,
o carrasco via seu próprio inferno,
ele olhava que eram seus ossos
aos cães, uma matilha que tinha
devorado a sua carne esquartejada,
de uma família que tinha se
vingado de sua foice fatal.
O cavaleiro era o maioral do vale,
comandava setenta e sete falanges,
todas com grandes dívidas
e ainda envolvidas em tramas
satânicas e desvairadas.
Uma longa noite anunciava
uma longa viagem,
dentro de um coração
gélido se gemia de frio
no vale indigente,
e se sentia em seu
invólucro escuro,
com gazes e furúnculos,
o queimar de seus ossos,
e os latidos dos cães
na hora de sua morte.
O carrasco enfrentava
o pesadelo de seus cadáveres,
com as cabeças de seus
massacrados gritando
o vicário pagará,
este endemoniado
do rei e da corte
nababesca.
03/07/2023 Gustavo Bastos
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