Sangra como o suor do chão.
As botinas cavam o esterco
e a mão pega na massa informe.
Duas horas seguidas na roda.
O ventre corta o osso da visão.
Os olhos lacrimejam de raiva.
Os dias duros não, ainda,
embruteceram a alma,
tão somente firmaram
os dentes,
os quais mordem
a pasta do esterco
sob o sol e a ferida aberta
da tarde mais dura da terra.
Sangrar como o suor do chão
é não lamuriar diante da senda
e ter em paisagem
todos os dons
do horizonte.
25/09/2013 Êxtase
(Gustavo Bastos)
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