Solto enevoado grito de discórdia,
a quantas anda a poesia?
Deste farol cem mil vezes repetido
se entoa o verso e faz calar
tudo o que me cala.
Eu vi, testemunha do ódio,
a fria rouquidão
do vento embriagado
de chuva.
O corpo reluz, o tempo se vai,
a morte me acompanha,
a vida se matiza de flores,
as cores, os sabores,
todos os odores,
sensorial rotina
que urge o que é.
Em frangalhos o desmemoriado
poeta ... que nuvem balouçante
ruma à sua vinha secreta?
Que musa sonhará ser bela
em tal verso nu?
As horas passam como mistério,
o desvelo da sorte
é o enorme vão
de minha autoria
que então encontra
sua vaga fatal.
11/12/2011 A Lírica do Caos
(Gustavo Bastos)
Adélia Prado Lá em Casa: Gísila Couto
Há 4 semanas
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