Como é a palavra esta porra deglutida, que sai para fora,
depois do engulho, numa lufada, baforada, golfada.
Na dança dos corpos, semi-glote, palato, língua.
Semaglutida, na linfa, amígdala, impulsiva,
palavra várzea, motora, psíquica.
A poesia, esta matéria urdida, costura
da vida, tece o tecido e faz a pele de
poeta, na poeira da areia do mar.
Faz essa messe, estourada, e tem
viço, xinga, maldiz, atordoa.
Tem de tudo na palavra livro,
na palavra livre, do Deus me
livre, do me livre que eu sou
liberdade, pardon, my french,
coma esta bosta, tua quizila,
tua bazófia, morra na masmorra.
Este poema não é teu,
este poema é meu.
Toda esta palavra,
assim dada para mim,
tece minha messe,
meu caminho,
por todo o rito,
sem peia, dando
na moleira,
não cala,
não tem
meneio.
Este meu castelo que fiz,
minha porta, minha janela.
Esta, minha casa, meu estro.
Pois, de cada fome, está cheio
o poema brio, repleto, pleno.
Um poema de sol, de lua,
assim assim, toda a sinistra,
a destra, na ambidestra
escansão.
Gustavo Bastos, 31/01/2025 - MONSTER
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