Se diz que o pensamento tece
o próprio lagar, deste que
os pés como martelos
tecem o cântaro,
e mais vagar que, contorno lúcido,
espera tal qual um monge
um pouco da febre lunar,
tem o lunático que, com espada, alforje,
escudo, baioneta, motins,
tudo imaginário,
faz poema e elegia.
Se o pensamento, este nobre fugaz,
nos tateia uma música,
este mesmo também pinta
como um muralista
a sua paisagem,
pensamento seco como rocha,
que tece a tez dura
dos dias da ação
consciente,
no entanto, o poema,
enluarado que só,
corrompe seu fundo,
enlouquece
e grita.
22/12/2018 Gustavo Bastos
sábado, 22 de dezembro de 2018
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