PEDRA FILOSOFAL

"Em vez de pensar que cada dia que passa é menos um dia na sua vida, pense que foi mais um dia vivido." (Gustavo Bastos)

sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

PARDON, MY FRENCH

Como é a palavra esta porra deglutida, que sai para fora,

depois do engulho, numa lufada, baforada, golfada.

Na dança dos corpos, semi-glote, palato, língua.


Semaglutida, na linfa, amígdala, impulsiva,

palavra várzea, motora, psíquica.

A poesia, esta matéria urdida, costura

da vida, tece o tecido e faz a pele de 

poeta, na poeira da areia do mar.


Faz essa messe, estourada, e tem 

viço, xinga, maldiz, atordoa.

Tem de tudo na palavra livro,

na palavra livre, do Deus me

livre, do me livre que eu sou

liberdade, pardon, my french,

coma esta bosta, tua quizila,

tua bazófia, morra na masmorra.


Este poema não é teu,

este poema é meu.

Toda esta palavra,

assim dada para mim,

tece minha messe,

meu caminho,

por todo o rito,

sem peia, dando

na moleira,

não cala,

não tem 

meneio.


Este meu castelo que fiz,

minha porta, minha janela.

Esta, minha casa, meu estro.


Pois, de cada fome, está cheio

o poema brio, repleto, pleno.

Um poema de sol, de lua,

assim assim, toda a sinistra,

a destra, na ambidestra

escansão.


Gustavo Bastos, 31/01/2025 - MONSTER