PEDRA FILOSOFAL

"Em vez de pensar que cada dia que passa é menos um dia na sua vida, pense que foi mais um dia vivido." (Gustavo Bastos)

domingo, 18 de maio de 2025

MADELEINE

No caminho de Swann, eu tive a minha Macondo.

Vasto o campo, no passeio das uvas, em que

corria o vinho infante, da poesia ainda crisálida,

mormente, na lúdica brincadeira de rua.


E que, de súbito, a vida se expandia,

nos rios e nos mares, na terra fértil,

na imaginação atenta, e os dias da

manhã e da tarde, e os sinos da noite.


Tempo este reino da vida, com os ares

das vindimas, das colheitas de uma

boa infância, com a abertura de um

horizonte pleno, como se faz arte

em dia de guerra, e arte em dia

de paz, como se faz abundância

como deve ser a vida.


Não nascido acabado, qual o mito

de Palas Athena, já com a cornucópia

diante da visão, o romance de formação

teve este tempo de maturar os frutos,

viver as flores, haurir das raízes

e suas fontes, como uma Macondo,

mágica, evocada na memória

de Swann, olhando para o chá

de tília, de sua sensação fugaz,

evanescente, um dia vivida.


18/05/2025 Gustavo Bastos - Sublime

quinta-feira, 15 de maio de 2025

TERRORISMO DIGITAL - PARTE 1

“está acontecendo uma expansão e aceleração do extremismo na internet”


Houve uma mudança no perfil dos ataques terroristas nos últimos 10 a 15 anos, sobretudo no que se refere a filiações, se destacando um caráter preponderante de lobos solitários, em fenômenos aleatórios, antes de sua apuração, e sempre imprevisíveis, pois os mecanismos de controle e vigilância nunca são os ideais e, por sinal, nem existem, efetivamente, para estes casos, que são fomentados e eclodem cada vez mais rápido, sob a influência, agora, da internet. E agora pessoas cada vez mais jovens são cooptadas e recrutadas para tais ataques.

O terrorismo de organizações, de execuções coordenadas continua, mas foi ultrapassado por um tipo de ataque difuso ideologicamente, normalmente obedecendo a uma nova dinâmica de internet chamada de “salad bar”. Esta dinâmica é nada mais que a mistura de diferentes ideologias, que estão nos grupos e fóruns da internet, em sites como Discord, Telegram, Roblox etc, que formam o caldeirão em que, geralmente, e ultimamente, alguém muito jovem, vai se alimentando, por diversos motivos, e explode, logo em seguida, ao realizar um ataque, ou de tiroteio, ou de terrorismo.

As comunidades extremistas online influenciam estes jovens que, neste caso, têm acesso a informações sensíveis, dentre elas algo de forja e técnicas de ataque, mas nada que constitua um treinamento formal ou que envolva recursos diretos de uma organização. E o aumento deste terrorismo de lobo solitário ocorreu em conjunto com a expansão do fenômeno de tiroteios com vítimas em massa.

Na virada para o século XXI tivemos o aumento vertiginoso de tiroteios em massa nos Estados Unidos. E de algo de características norte-americanas, tais ocorrências começaram a se espalhar por outros países. Houve um crescimento na Europa Ocidental, por exemplo. A dificuldade de definição ideológica e de motivações coloca uma zona cinzenta na própria classificação do que é somente tiroteio em massa e do que é terrorismo. E na última década tal fronteira se tornou mais tênue. 

O desafio destes ataques contemporâneos se dá sobretudo na cognição de seus rastros, pois possui características como isolamento individual, são pessoas que não estavam em grandes redes de comunicação e nem tinham amplo apoio financeiro, colocando um nível de dificuldade considerável na detecção desses planos, antes que aconteçam. A escala reduzida e seu curto prazo de preparação colocam tais ataques como praticamente imprevisíveis. Os meios de controle e vigilância se dão por infiltrações investigativas, mas são insuficientes para cobrir fóruns de barbárie que se multiplicam ao invés de diminuir.

A cooptação de jovens por tais grupos extremistas se tornou corrente, e isso se deve ao fato de que muitos desses jovens possuem conhecimento de tecnologia e passam um longo tempo online, se tornando alvos vulneráveis de propaganda extremista e manipulação ideológica. A vulnerabilidade pode se dar por gatilhos, via catalisadores como frustrações pessoais, traumas, problemas de saúde mental, imitação, além da exposição simples à propaganda extremista. O limiar, por sua vez, pode ser trabalhado pela estabilidade psicológica, limites morais, pessoais, e resiliência. Tudo passa pela capacidade do indivíduo de conter ou auditar suas motivações e emoções.

Contudo, está acontecendo uma expansão e aceleração do extremismo na internet, com focos cada vez maiores e mais espalhados de radicalização e uma facilidade cada vez maior, também, de acesso a estes materiais criminosos. Somado a isso, plataformas com algoritmos que promovem conteúdos radicais criam bolhas e moldam o caráter vulnerável de indivíduos que são atraídos, expostos e cooptados através do extremismo violento e radical na internet.

O ISKP (Estado Islâmico da Província de Khorasan), por exemplo, dissemina conteúdo multilíngue, através de postagens em pashto, dari, árabe, urdu, farsi, turco, tadjique, uzbeque, russo e inglês, incentivando a formação de grupos baseados no conceito de salad bar, de mistura ideológica, com tutoriais online que ensinam a construção de explosivos caseiros, aquisição de armas de fogo etc. Esta rede está em franca expansão.

Fenômenos geopolíticos diversos também fomentam focos e surtos de radicalização, se juntando aos citados problemas pessoais de tais indivíduos, com gatilhos que podem produzir um ataque violento. O risco de terrorismo de lobos solitários só aumenta devido ao fato de termos, cada vez mais, conjunções sociopolíticas de frustração, juntando às condições pessoais desses indivíduos, fatores também de caráter psicossocial. A alienação cultural e a falta de perspectivas, algumas vezes se ligando a fatores de ordem de saúde mental, são os perpetradores desse terrorismo vindo da internet. 

Tais fenômenos de lobos solitários remetem, historicamente, ao período de virada do século XIX para o XX, em que ocorreu a era do terrorismo anarquista, em que lobos solitários atuavam desta forma, pela rejeição a formas organizadas ou que tivessem lideranças e hierarquias. Um desses ataques foi o do assassinato do presidente norte-americano McKinsey, em 1901, por exemplo.

Atualmente, a radicalização acontece online, de modo difuso, misturando incels, neonazistas, satanistas, pedófilos, jihadistas, machosfera, fetichistas de true crime, incentivadores de suicídios, tudo com um pano de fundo que pode passar, por exemplo, por uma versão remodelada de aceleracionismo, uma filosofia que veio da esquerda, agora em interpretações neonazistas e extremistas de direita. É este mistifório que forma o que se chama de subculturas online de radicalização e extremismo.

Ocorre uma crueldade cada vez maior, monetização através de desafios online para crimes diversos e mutilações autoaplicadas, além de brincadeiras perigosas e vídeos de Child Porn, que são gravações de pornografia infantil, que são produzidos, compartilhados e vendidos por e para pedófilos na internet. Ainda temos transmissões ao vivo em que se cometem violências contra animais e moradores de rua, por exemplo.

(continua)


Se você está passando por sofrimento psíquico ou conhece alguém nessa situação, veja abaixo onde encontrar ajuda:

Centro de Valorização da Vida (CVV)

Se estiver precisando de ajuda imediata, entre em contato com o Centro de Valorização da Vida (CVV), serviço gratuito de apoio emocional que disponibiliza atendimento 24 horas por dia. O contato pode ser feito por e-mail, pelo chat no site ou pelo telefone 188.

Canal Pode Falar

Iniciativa criada pelo Unicef para oferecer escuta para adolescentes e jovens de 13 a 24 anos. O contato pode ser feito pelo WhatsApp, de segunda a sexta-feira, das 8h às 22h.

SUS

Os Centros de Atenção Psicossocial (Caps) são unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) voltadas para o atendimento de pacientes com transtornos mentais. Há unidades específicas para crianças e adolescentes. 

Mapa da Saúde Mental

O site traz mapas com unidades de saúde e iniciativas gratuitas de atendimento psicológico presencial e online. Disponibiliza ainda materiais de orientação sobre transtornos mentais.


Gustavo Bastos, filósofo e escritor.

Link da Século Diário : https://www.seculodiario.com.br/colunas/terrorismo-digital-parte-i/

quarta-feira, 14 de maio de 2025

SATURNAL CRAVADA

Querendo o vil metal, o plano se escrevia além,

e a conquista da jarda, do metro, do coro,

e toda a verve esmerada, em teu cancioneiro

deambulado, arisco, traçava, no caminho,

o trajeto de ascensão da inteligência.


O poema esteta toda esta chama viva,

torna estrela o enfado, o dia morto,

e brilha na tarde à rodo deste sistema,

em que o cinza das horas, em pé quebrado,

batendo as cloacas das eríneas, dos cíclopes,

dos sem eira e nem beira, não apaga 

toda esta riqueza que já estava lá, 

junto ao vento do crepúsculo,

 na brisa, em melodia, neste tecido

sensorial de maresia e fortuna.


Pondo este canto diante da estrada,

o sol abre e a lua desce, e esta

bacanal grita, nas saturnais,

nos ditirambos da mata densa,

com os orixás batendo a estaca

e o estuque no pau a pique.


14/05/2025 Gustavo Bastos - Monster

COELHO CORRE

No quintal estava uma pereira,

e ventava vendaval de praia,

se ouvia o marulho, e no buraco

do quintal o coelho corria,

sua azáfama recreava

a tarde, os rios de poema.


Caía a pera, se bebia bem,

cada copo de cerveja,

eis que depois vem o coelho,

de novo, correndo pelo campo,

na boca uma cenoura, uma alfafa,

e zás, de um súbito, estava tudo

pronto, a palavra escrita

e uma pera no desjejum.


14/05/2025 Gustavo Bastos - Vibe 

GONGÓRICO CONCRETO (CAOS RABELASIANO)

Demagogo, Góngora quevedista,

em veio rebuscado, nestametista,

diamantada, amadalmazul.


Eis o forje, a veia aberta

dos corpos modos ritmos

e a auroradamanhã,

este poemamor, 

mamado.


Um canto bebum,

bebendo a lufada,

destemundovirado

ardor do dormente

verde vivo vermelho

verme morto ferve.


Verdor amar mar ritmo

facadalma coração do

navio que via o sol

e o poeta nada nadava

amando mar marulho

nau palavra onda

que gira anuvem.


Gustavo Bastos - 14/05/2025 

Vibe

BRIEFING

Fenece a bruma orvalhada, a cara estampada

nos anúncios, o rito hit metrificado,

para o lúmpen proletariado.


Veja o preço de capa,

seu valor de face,

seu valor de uso,

seu valor de troca.


Crie sua necessidade nefasta,

sua urdidura sem anarquia,

plutocrata, dando as cartas.


Eis o enredo, sua propaganda,

sua redoma e seu salário.

Pega teu pedaço de latifúndio,

senhor das armas, dos karmas,

dos destinos, do desatino.


Grite teu fado, tua fatalidade.

Nomeie este teu emblema,

teu slogan abatido na praça,

teu oásis, um outdoor

que dizia : "É pegar ou

largar".


Gustavo Bastos - 14/05/2025

POESIA BRUTALISTA

 

quinta-feira, 8 de maio de 2025

ELON MUSK E O TWITTER - PARTE 8

“sua postura sempre foi marcada pela agressividade e excentricidade”


Elon Musk impulsionou a campanha presidencial de Javier Milei, na Argentina, partilhando vídeos do anarcocapitalista, um misto de bufão e narcisista, como a maioria dos novos líderes carismáticos deste novo extremismo de direita. Um dos posts de Musk mais vistos em toda a sua trajetória no X, antigo Twitter, foi no qual ele sugeriu que ver um discurso de Milei era melhor do que fazer sexo.

Elon  Musk se empenhou em colocar a imagem de Javier Milei como a nova face da direita, um anarcocapitalista libertário que, na História Mundial, poderia, pela primeira vez, ocupar um cargo executivo para comandar um Estado Nacional, no caso, a Argentina. Enquanto isso, o CEO atuava, pragmaticamente, para defender os interesses de seus próprios negócios, isto é, de suas empresas Tesla e Space X. 

O jogo político de Musk, portanto, nunca foi puramente ou exatamente ideológico, mas de viés comercial e econômico, em função de seus interesses empresariais. Tinha, por exemplo, interesse no lítio da América do Sul. Sendo que a Tesla, há muito tempo, compra lítio da Argentina, país com a segunda maior reserva do mundo deste mineral. Javier Milei, portanto, é mais um na lista de chefes de Estado de direita que Elon Musk se aproxima para obter benefícios para as suas empresas.

O veículo preferencial deste apoio dado por Musk a líderes de direita é o X, o antigo Twitter. Através desta plataforma é que Elon Musk apoia Milei, Bolsonaro, Narendra Modi, por exemplo, e reproduz as opiniões destes líderes sobre gênero, anticomunismo, etc, se confrontando com perfis de esquerda. Em troca desses apoios, Musk expandiu a influência de suas empresas, com benefícios obtidos, tais como tarifas de importação mais baixas para os carros elétricos da Tesla, na Índia, um novo mercado para a Starlink no Brasil, um serviço de internet via satélite da Space X, além de acesso privilegiado ao lítio argentino. 

Elon Musk é um CEO que se aproximou de líderes ideológicos como nenhum outro desta classe de empresários, sobretudo da tecnologia, pois Bill Gates, por exemplo, é mais marcado pela filantropia e pela discrição, com Jeff Bezos tendo mais approach na área comercial e, Mark Zuckerberg, por sua vez, polemizando na área dos costumes, vivendo em controvérsias morais e, eventualmente, enfrentando a justiça, ao passo que Musk, no que consta em atuações de cunho político, não tem paralelo entre os CEOs, e sua postura sempre foi marcada pela agressividade e excentricidade.

Elon Musk, na área política, somado ao contexto ideológico, nesta sua aproximação de autocratas e líderes de extrema direita, acabou entrando nos questionamentos da chamada cultura woke, algo que não é, necessariamente, uma exclusividade de uma direita hidrófoba, mas, recebendo críticas internamente, também, da própria esquerda, frente aos exageros e desvios de finalidade de algumas pautas chamadas woke, que acabam por descambar em perversões caricatas de pautas importantes de defesa de direitos afirmativos, de estratos da população, que foram historicamente perseguidos.

Para Elon Musk, por sua vez, a pauta woke é uma falha da esquerda que levou a questionamentos sobre a imigração ilegal e a queda das taxas de natalidade. A luta contra a cultura woke, portanto, na visão de Musk, constitui uma movimentação política, pois para ele tal mentalidade é uma espécie de comunismo renovado. Na sua atuação frente a líderes de direita, podemos destacar dois momentos, a sua aproximação de Narendra Modi, da Índia, e de Jair Bolsonaro, aqui no Brasil.

Elon Musk se encontrou com o líder nacionalista Modi em setembro de 2015, na fábrica da Tesla, em Fremont, na Califórnia. Modi fora eleito primeiro-ministro da Índia em 2014, com a chegada de seu partido Bharatiya Janata ao poder, e a relação foi longa, até Elon Musk conseguir acesso ao mercado hindu, e isso depois de ter comprado o Twitter, e crescido o nome de Modi na rede social. 

Por motivos de segurança nacional, a BYD, montadora chinesa, está proibida de entrar no mercado hindu de veículos, o que tornava este mercado atraente para os interesses de Elon Musk, com a sua empresa de carros elétricos, a Tesla. No início existia uma barreira tarifária de 100% sobre carros elétricos estrangeiros neste país, o que dificultou, neste primeiro momento, os planos do CEO.

Depois de uma relação conturbada do governo Modi com o Twitter, com casos de desafio à censura de material online, contrariando interesses do líder nacionalista, quando Elon Musk comprou o Twitter, e mudou seu nome para X, no entanto, as coisas mudaram. O CEO tinha interesses de uma relação próxima com Modi, em função dos objetivos de expansão de mercado da Tesla, com o processo contra o governo hindu, feito pelos antigos donos do Twitter, sendo arquivado, depois da mudança de dono para Elon Musk.

Depois que o CEO da X escreveu na rede social, em relação à ONU (Organização das Nações Unidas) que “A Índia não ter um assento permanente no Conselho de Segurança, apesar de ser o país mais populoso do planeta, é um absurdo”, a Índia anuncia dois meses depois a redução da tarifa de importação para empresas de carros elétricos que investiram pelos menos 500 milhões de dólares para a produção destes veículos no país. Tal redução foi de 100% para 15%, em relação a carros elétricos vendidos por mais de 35000 dólares. Era a entrada da Tesla no mercado hindu.

Em 2021, a Starlink ainda estava numa expansão inicial, e o Brasil era uma oportunidade para Elon Musk fazer um acordo, pois o governo de Jair Bolsonaro, à época, tinha afinidade ideológica com o empresário, o que facilitou o acesso dos satélites da Starlink no mercado brasileiro, sobretudo depois da visita que o então ministro das Comunicações, Fábio Faria, fez ao Texas, nos Estados Unidos. O ministro começou a fazer pressão para os reguladores aprovarem a parceria, tentando deixar a agência espacial brasileira de fora do debate, para viabilizar o acordo. A Starlink, portanto, começou a operar no Brasil em dezembro de 2021.

Elon Musk, em 2022, então, tentou ajudar na campanha de reeleição de Bolsonaro, indo para o Brasil de surpresa, fazendo um grande anúncio ao lado do presidente à época, no qual se dizia que a Starlink chegaria ao mercado brasileiro para fornecer internet para 19 mil escolas rurais, o que nunca se concretizou, ao passo que a monitorização ambiental da Amazônia, que também foi anunciada, se efetivou. Elon Musk recebeu uma medalha de Bolsonaro, e este disse que o CEO era uma “verdadeira lenda da liberdade”, num contexto em que o empresário estava tentando comprar o Twitter. Contudo, naquele ano de 2022, Bolsonaro perderia as eleições para Lula.

Elon Musk compra o Twitter, depois de muita discussão e controvérsia, e dentre vários movimentos, um deles foi o de ajudar Bolsonaro, quando circularam, no agora X, acusações contra juízes brasileiros, pois estes tinham ordenado, segundo o já citado aqui Twitter Files,  a remoção de posts da direita e a suspensão ou bloqueio de contas de mesma orientação política. Neste momento, pessoas acampavam fora das bases militares, num movimento para a anulação do resultado das eleições daquele ano.

Elon Musk começa uma ingerência na empresa X para deter tais remoções de conteúdos pela anulação das eleições, mantendo a retirada de posts que sugerissem violência ou que implicassem em ordem judicial. O clima era tenso. O que culminou com as invasões dos Três Poderes, em Brasília, no fatídico 8 de janeiro de 2023, neste influxo de contestação dos resultados das eleições, em uma tentativa de golpe canhestra, infantilizada, embora guiada por mentores, e tendo momentos de orientação tática evidente.

Por fim, Elon Musk começou os seus ataques sistemáticos contra o ministro do STF, e então presidente do TSE, Alexandre de Moraes, responsável pela supervisão das investigações em relação ao ex-presidente Bolsonaro e seus apoiadores que cometeram crimes. Por sua vez, Moraes ordenou o bloqueio de mais de 100 contas no X, sob críticas e protestos do CEO e dono da rede social.

(continua) 


Gustavo Bastos, filósofo e escritor.

Link da Século Diário :

https://www.seculodiario.com.br/colunas/elon-musk-e-o-twitter-parte-8/