PEDRA FILOSOFAL

"Em vez de pensar que cada dia que passa é menos um dia na sua vida, pense que foi mais um dia vivido." (Gustavo Bastos)

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

SOBRE AS AMBIÇÕES ARTÍSTICAS

Tomo na mão os projetos da minha vida,

e penso em tantas outras vidas

que se planejam.



Será que os planos de todas as vidas

lograram êxito?

Será que todas as paixões que despertaram

tais planos foram saciadas?



Penso em poetas e escritores como eu,

que, numa ânsia pelo reconhecimento,

tentaram tudo dizer com as palavras,

tentaram tudo abarcar na corrente indizível

dos desejos.



Tenho pleno no meu sangue

um plano de possibilidades infindáveis,

poetas, estes mortos,

aos quais o veredicto da história literária

ignorou,

e outros tantos eleitos

representantes de épocas e correntes literárias.



Aqui no Brasil posso citá-los às pencas,

Machado de Assis e José de Alencar,

Drummond e Vinícius (já um clichê

da poesia brasileira),

simbolistas, parnasianos, modernistas,

Gonçalves Dias, Castro Alves, Álvares de Azevedo,

Torquato Neto, os concretistas,

uns muito velhos e antigos,

outros tantos novos querendo

um nome nos analectos poéticos do mundo,

uma tropa operária das nobres ambições,

mas que, no entanto, com a pena,

não estão, na maioria das vezes

em que escrevem,

pensando nisso.



Tanto que nem é bom almejar o estrelato,

nem almejar ser um grande dinossauro

do rock, um popstar, um ídolo da juventude.

O que cabe ao humilde é escrever

sem pensar no amanhã,

sem pensar se isto ou aquilo que se faz

em nome da arte, da literatura e dos artistas,

é de mestria ou do quilate

dos vários "eleitos" pela História.



O grande aprendizado, nisso tudo, por exemplo,

na arte da escrita e da poesia,

é deixar que o mar e o vento,

o sol e o céu,

digam para nós

que eles são mais belos

que qualquer poema escrito.



22 de janeiro de 2009 (Gustavo Bastos)

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