PEDRA FILOSOFAL

"Em vez de pensar que cada dia que passa é menos um dia na sua vida, pense que foi mais um dia vivido." (Gustavo Bastos)

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

TERRA INDÔMITA

A terra, fractal de magma, que conhece
a cor da fuligem, a grama seca,
o passo do andante mortiço,

cai feito cal em pó de vida
como todos somos,
infinito e mortal,
como um grito de estrela,
tal um sismo tremor.

A terra estupefata, que rói a corda
da subida e cai qual queda,
indômita e suicida.

Terra cor de carvão e vermelhidão,
frouxo riso, rijo choro,
mais que um murmúrio,
um sussurro no vento,
um estalar de dedos,
dentes fincados no sol,
a seca água evaporada.

Terra de labor, alma de luta.
Tu és magma do ventre
que brota vulcânico
como explosão
de vida.

02/01/2017 Gustavo Bastos

domingo, 1 de janeiro de 2017

CANÇÃO A UM PÁSSARO

Quando, de voo tu pousas,
e asas solta no ar como voa,
tua terra e teu céu são
o universo em comunhão.

Pois, tardo o farol ao mar,
que da nuvem soa a luz como som,
e do sonar a visão exalta,
teu voo encanta o homem,
este que no céu sem paradeiro
rumoreja a chuva e se
assusta com o trovão.

Pássaro, flor que aurora e bruma
escapa, voo que no hausto
coroa o coração,

tens em tuas asas forças viris,
como um cometa atravessando
rio e mar pelo céu infindo
que teu olhar abarca
como num delírio,

pássaro vestido de cores inúmeras,
pela nuvem teu sonho
de canção, pelo céu teu poema
de voar sem fim.

01/01/2017 Gustavo Bastos