PEDRA FILOSOFAL

"Em vez de pensar que cada dia que passa é menos um dia na sua vida, pense que foi mais um dia vivido." (Gustavo Bastos)

sábado, 31 de julho de 2010

VIDA POÉTICA (CANTO DE SOLITUDE)

Com o sorriso deste fim,

Exponho: Auto-de-Fé, Deus-Pai.

Visto o manto lúgubre de rios de cantorias.

Por este campo, por esta terra,

Vivendo o que é de sentir,

Ouvindo a mais longa vida,

Que o sino toca no crepúsculo.



Com o sorriso deste fim,

Ao que enlouqueço de ardil,

Faço o pecado do que restou.

Nas sensações do desfile da língua,

Que sofre na guerra do verso.



Abre-se o chão, ó sorriso do fim!

Eu deixo-o arrastar-se no chão.

Eu me finco na terra bruta,

Faço colheita no campo de murais,

E cuspo areia na carne.



Meu pranto eu não sei do que chora.

Minha alegria eu não sei do que ri.

Minha vida eu não sei do que vive.

Será o que vivo? Será o inferno do riso?

É um sentido que busco,

Tal o corte da ferida.

Com o sorriso deste fim.

Que é fim sem cessar.

E que nada dá, a não ser a própria vida.