norte
norte
norte
noroeste nordeste
rosa
oeste oeste oeste dos leste leste leste
ventos
sudoeste sudeste
sul
sul
sul
14/06/2012 O Horizonte Opaco
(Gustavo Bastos)
quinta-feira, 14 de junho de 2012
POEMA-CORPO
cor
po
c
o
corpocorpocorpo
p
o
c
o
r r
p p
cor po
no chão
------------
corpo osso corpo
o
corpo carne s carne corpo
s
o
corpo osso corpo
corpo
14/06/2012 O Horizonte Opaco
(Gustavo Bastos)
po
c
o
corpocorpocorpo
p
o
c
o
r r
p p
cor po
no chão
------------
corpo osso corpo
o
corpo carne s carne corpo
s
o
corpo osso corpo
corpo
14/06/2012 O Horizonte Opaco
(Gustavo Bastos)
Marcadores:
Poesia
ASA GAIVOTA
asa asa
asa asa asa asa
asa asa asa asa
asa asa asa
a
s
a
gaivota
gaivoa
voa
voo voo voo
voo voo voo voo
voa
asa asa
gaivota
gaivoa
voa
voo
voa voa voa
voa voa voa voa
asa
asa asa
asa asa asa
da
gaivota
14/06/2012 O Horizonte Opaco
(Gustavo Bastos)
asa asa asa asa
asa asa asa asa
asa asa asa
a
s
a
gaivota
gaivoa
voa
voo voo voo
voo voo voo voo
voa
asa asa
gaivota
gaivoa
voa
voo
voa voa voa
voa voa voa voa
asa
asa asa
asa asa asa
da
gaivota
14/06/2012 O Horizonte Opaco
(Gustavo Bastos)
Marcadores:
Poesia
quarta-feira, 13 de junho de 2012
ESTADO-BABÁ, POLITICAMENTE CORRETO E OUTROS BICHOS
“Querem tesourar o meu direito de fumar.” (Ratos de Porão)
Os tempos de hoje “o contemporâneo” são bem complexos, mas o mundo sempre foi complexo, tudo é contraditório, doloroso, amável e talvez nada seja tão fácil de entender. As regras sempre existiram desde que o mundo é mundo, isto é, desde que se iniciou o chamado processo “civilizatório” (?). Interroga-se então: de onde viemos, quem somos e para onde vamos. (?)
A moda que temos hoje, então, num surto de processo civilizatório da civilização para torná-la enfim civilizada (?) a palavra de ordem: O Estado-babá. Mas quem somos nós cidadãos para questionar? Não temos a autonomia moral? ou a lei moral? Ou as regras de etiqueta da conduta nos condena aos ditames e regras postas de fora dentro de nós? A moral e a liberdade, estão aí duas palavras complexas. Mas a tese do Estado-babá não é tanto moral, é mais cura de nossa autonomia crônica, regras de comportamento para coibir o nosso ímpeto autodestrutivo, a nossa vida não nos pertence, somos cidadãos da pólis, e a pólis hoje como Estado legisla, mas cabe a pergunta: Legisla a nosso favor? Legisla para quem? Para quê? Não podemos fumar em locais de convívio fechado, OK. Mas, não seria afronta fotos de bebês mortos ou de corações infartados na embalagem de cigarros? Correto é dizer que é questão de saúde pública, de que isto acarreta em prejuízos ao erário público etc. Se for assim, concordo também em proibirem a propaganda massiva de bebidas alcoólicas na TV, isso eu gostaria muito de ver, o fim das propagandas de cervejaria na TV, o fim destas propagandas que cada vez mais desafiam a “inteligência” do espectador. (no sentido negativo, por óbvio).
Mas o que custa neste conceito de Estado-babá é o exagero, a interferência minimalista que tem a pretensão de conter e coordenar todos os gestos, numa febre de regras que vão ao infinitesimal, numa nova engenharia para corrigir a nossa irresponsabilidade. Tudo bem lei seca, tudo bem. Não queremos mais assassinos aos volantes. Mas, pelas vias do exagero daqui a um tempo terão agentes com tesouras pelas ruas para cortar nossos cigarros enquanto fumamos porque somos idiotas que não sabem que isto faz mal à saúde. (Você fumante, já reparou que nos últimos tempos não se pode acender e fumar um cigarro em paz que sempre aparece um imbecil dizendo: “Para com isso, faz mal, dá câncer etc, etc. ?) Porra, dá dó de ver. Parece que somos crianças que não têm consciência do perigo, mas a este imbecil que aparece sempre que acabamos de acender um cigarro, dá vontade de dar uma baforada de Derby vermelho na cara dessas figuras. Quem sabe assim eles param de encher o nosso saco. Tá ficando que nem fumar maconha, temos que fazer planos mirabolantes, engenharias complexas, táticas de guerra, barricadas etc., só para dar umas tragadinhas em paz!
Uma outra faceta do “contemporâneo” é o “politicamente correto”. Esta é uma outra face da moeda do mesmo ímpeto que move o Estado-babá. Claro que a ofensa preconceituosa que vemos hoje em alguns shows de comédia é algo que deve ser sempre questionado, se há racismo ou homofobia devemos colocar algumas sanções sim. Mas não podemos usar a palavra “viado” porque sempre vem alguém nos acusar de homofóbicos, mais uma vez temos que mediar o exagero de ambos os lados. Nem tanto às ofensas agressivas dos shows de comédia atuais (vide os shows denominados de “proibidão”) mas nem tanto também, de outro lado, a patrulha do politicamente correto que quer até controlar a linguagem na sua expressão. Pois aí ficamos com receio de estarmos sendo preconceituosos ao usar expressões lato sensu como bichinha etc. O Costinha, humorista já falecido, poderia hoje estar sendo processado por suas piadas sobre elas, as bichinhas? Podemos usar a palavra negro como usamos a palavra branco? Podemos falar sem nos policiarmos tanto? O que deve ser levado em conta é se estamos sendo agressivos ou apenas retratando questões do certo e do errado. Temos sim que conter o exagero desses shows de comédia (os standup comedy, vejam no youtube o Roberto Justus, descendente de judeus, detonando o Danilo Gentili por ele ter feito uma piada ofensiva sobre judeus no caso do metrô de SP em que ele lembrou dos trens que levavam os judeus para a solução final nazista). E, de outro lado, evitar o patrulhamento todas as vezes que usamos palavras caricatas que não têm a ofensa como motor. Nem o politicamente correto como legislação suprema e nem a anarquia agressiva e desmedida dos stand-ups proibidões. O meio, sim, o caminho do meio, nada mais.
E agora, para terminar esta minha lenga-lenga de pseudo-filosofia, e as mulheres frutas, hein? É a era do centauro. Prefiro as mulheres femininas, delicadas, “não-turbinadas”, já temos uma fauna e flora hortifruti-granjeira, mulheres galinha, garanhões que se julgam máquinas de sexo, jaca-mole, melancia, morango, etc. Temos uma estética industrial, as mulheres-bomba são o novo padrão que vão dar fim às mulheres femininas e teremos no futuro mulheres com pele de silicone, e homens-bomba numa “onda” que eu acho muito estranha, bicho. As fêmeas serão extintas e teremos máquinas de seios fartos e nádegas esfregando na nossa cara a indústria do sexo, a pornografia, a masturbação movendo a economia das vaidades ocas de um tempo vazio de homens e mulheres normais, de homens gentis e de mulheres femininas, teremos cada vez mais aquelas cenas patéticas de boates com homens fortões puxando siliconadas pelo cabelo como se tivéssemos regredido às eras em que vivíamos em cavernas, só falta agora o tacape para estes machões, e viva a fartura artificial da geleia geral!
13/06/2012 Pensamentos Livres
Marcadores:
Pensamentos Livres
A GRUTA
Nas grutas profundas
o elmo sóbrio
que canta.
Estro, verso, pluri-final.
Vai teimoso o remorso
afinal.
Não vai mal,
vai bem, crise não tem,
tudo contém,
do fim ao final.
O verso, nativo de si mesmo,
reúne no bolso e na rua
suas notas sem rumo,
suas vozes, palavras,
espasmos, protestos,
gritos
de
socorro!
O poema vem, ele sempre vem,
ele sempre está onde está,
escuta!
Nas profundas grutas
caverna platônica
no esmo
no ermo
termo
que canta canta.
13/06/2012 Libertação
(Gustavo Bastos)
o elmo sóbrio
que canta.
Estro, verso, pluri-final.
Vai teimoso o remorso
afinal.
Não vai mal,
vai bem, crise não tem,
tudo contém,
do fim ao final.
O verso, nativo de si mesmo,
reúne no bolso e na rua
suas notas sem rumo,
suas vozes, palavras,
espasmos, protestos,
gritos
de
socorro!
O poema vem, ele sempre vem,
ele sempre está onde está,
escuta!
Nas profundas grutas
caverna platônica
no esmo
no ermo
termo
que canta canta.
13/06/2012 Libertação
(Gustavo Bastos)
Marcadores:
Poesia
DIZ-RIMAR
corre corre
reco-reco
morre ... morre
remo remo
na-vejo
pré-amar
o-mar-mor-mente-vejo
navego vejo na ver nave venal
la-ma-cento ma-la-ar-te-ver-te
só corre socorre
re-co-r-re-n-te
corre rente
co-rrente
te-dou
rente ren-te
ou vir
ouvir
ou sou o
que
ouço?
ri-mar
mó ré di zi o mar
diz mar
mar diz
dizimar
des-matar
matar?
corre morre
recorrente
poemar
fim
13/06/2012 O Horizonte Opaco
(Gustavo Bastos)
reco-reco
morre ... morre
remo remo
na-vejo
pré-amar
o-mar-mor-mente-vejo
navego vejo na ver nave venal
la-ma-cento ma-la-ar-te-ver-te
só corre socorre
re-co-r-re-n-te
corre rente
co-rrente
te-dou
rente ren-te
ou vir
ouvir
ou sou o
que
ouço?
ri-mar
mó ré di zi o mar
diz mar
mar diz
dizimar
des-matar
matar?
corre morre
recorrente
poemar
fim
13/06/2012 O Horizonte Opaco
(Gustavo Bastos)
Marcadores:
Poesia
ANTIPALAVRA OUTRA
Quem
dis-cursa?
Outro, sim?
Eu, sempre além do sou,
do ser eu não sou.
Outro, aonde?
Faz-de-conta
paragens
uma vi da
cor rente
aos q-vejo
des-ejo ho-je
a vi var
outro
em mim?
As luzes metamorfoses
do mesmo
em outro outro?
Quando? Qual é o sinal?
Onde poema?
Põe-sia
palavra lavra
fera ida ferida
matriz da imagem
um ver sou!
13/06/2012 O Horizonte Opaco
(Gustavo Bastos)
dis-cursa?
Outro, sim?
Eu, sempre além do sou,
do ser eu não sou.
Outro, aonde?
Faz-de-conta
paragens
uma vi da
cor rente
aos q-vejo
des-ejo ho-je
a vi var
outro
em mim?
As luzes metamorfoses
do mesmo
em outro outro?
Quando? Qual é o sinal?
Onde poema?
Põe-sia
palavra lavra
fera ida ferida
matriz da imagem
um ver sou!
13/06/2012 O Horizonte Opaco
(Gustavo Bastos)
Marcadores:
Poesia
A ESPADA DE BLAKE
William Blake, poeta do cosmos
e das cosmogonias,
via com os mesmos olhos videntes
e ignorados de um
Aristarco de Samos,
pois da luta febril
que ali se digladiava,
a astronomia ptolomaica
abria uma nuvem
que fechou o tempo
da clara visão.
Os astrólogos, exegetas
das vontades dos planetas,
reviam em suas emanações,
um viés terrível
na cosmogonia
de um mito estelar
pela busca
de um Graal
imaginário.
Enquanto a alquimia,
dadivosa de sua matéria,
contorcia-se no mercúrio
de uma pedra volatilizada
pelos emblemas
profetizados
por Homero,
e dali Alcméon
já tinha feito todos
os seus hinos.
Mais tarde, poetas malditos
esquadrinhavam
uma escansão
do tempo ébrio,
e o veneno de Blake
acordava no temporal
do inferno de Rimbaud,
inaugurando a matéria bruta
de que os poemas
dos novos séculos
gritariam
em mistifório
de contemplações.
08/06/2012 Libertação
(Gustavo Bastos)
e das cosmogonias,
via com os mesmos olhos videntes
e ignorados de um
Aristarco de Samos,
pois da luta febril
que ali se digladiava,
a astronomia ptolomaica
abria uma nuvem
que fechou o tempo
da clara visão.
Os astrólogos, exegetas
das vontades dos planetas,
reviam em suas emanações,
um viés terrível
na cosmogonia
de um mito estelar
pela busca
de um Graal
imaginário.
Enquanto a alquimia,
dadivosa de sua matéria,
contorcia-se no mercúrio
de uma pedra volatilizada
pelos emblemas
profetizados
por Homero,
e dali Alcméon
já tinha feito todos
os seus hinos.
Mais tarde, poetas malditos
esquadrinhavam
uma escansão
do tempo ébrio,
e o veneno de Blake
acordava no temporal
do inferno de Rimbaud,
inaugurando a matéria bruta
de que os poemas
dos novos séculos
gritariam
em mistifório
de contemplações.
08/06/2012 Libertação
(Gustavo Bastos)
Marcadores:
Poesia
ASAS
As asas, em vão
tentadas,
de voo lúcido
pelo planalto,
vigora sempre
e nunca se cansa.
As asas, nunca cortadas,
voam tal gaivota
como plêiade numerosa
na honra dos poetas.
Os poetas, sem asas,
evanescem em versos
um voo escrito,
voo na delícia
dos poemas.
As asas, antes imaginadas,
se tornam reais,
e num voo eterno
se confundem
com a paisagem.
08/06/2012 Libertação
(Gustavo Bastos)
tentadas,
de voo lúcido
pelo planalto,
vigora sempre
e nunca se cansa.
As asas, nunca cortadas,
voam tal gaivota
como plêiade numerosa
na honra dos poetas.
Os poetas, sem asas,
evanescem em versos
um voo escrito,
voo na delícia
dos poemas.
As asas, antes imaginadas,
se tornam reais,
e num voo eterno
se confundem
com a paisagem.
08/06/2012 Libertação
(Gustavo Bastos)
Marcadores:
Poesia
ASTROS INFINDOS
Os astros, nas revelações
do tempo áureo,
vigiam os sentimentos
do coração
num pulo.
Os astros, calmos e plenos,
olham as hóstias
na vigília
da igreja
na sacristia,
o corpo se revela
em eucaristia,
divaga a palavra
sem o mar do inferno,
revela de um gesto
de vez por todas
a geração das noites
e a luz do dia.
Clama por vitória
o poeta,
refaz o absurdo
do poema,
e canta à nau infinda
a sua dor
de exílio.
08/06/2012 Libertação
(Gustavo Bastos)
do tempo áureo,
vigiam os sentimentos
do coração
num pulo.
Os astros, calmos e plenos,
olham as hóstias
na vigília
da igreja
na sacristia,
o corpo se revela
em eucaristia,
divaga a palavra
sem o mar do inferno,
revela de um gesto
de vez por todas
a geração das noites
e a luz do dia.
Clama por vitória
o poeta,
refaz o absurdo
do poema,
e canta à nau infinda
a sua dor
de exílio.
08/06/2012 Libertação
(Gustavo Bastos)
Marcadores:
Poesia
O POEMA DO SOL
A terra, uma vez volta,
e outras vai,
no caminho incessante,
a alta viagem do cosmos,
um ir de mundo
que sempre existe,
o sol mentaliza
a sua chama,
a lua rememora
a poesia,
as estrelas revelam
o céu infinito,
os dias passam como vidas
e existências infindáveis
no olho superior
das revelações.
O poeta, uma vez na nuvem,
saboreia o tempo
e enxerga o infinito
na pena que não
se aquieta
enquanto
não se termina
o poema.
08/06/2012 Libertação
(Gustavo Bastos)
e outras vai,
no caminho incessante,
a alta viagem do cosmos,
um ir de mundo
que sempre existe,
o sol mentaliza
a sua chama,
a lua rememora
a poesia,
as estrelas revelam
o céu infinito,
os dias passam como vidas
e existências infindáveis
no olho superior
das revelações.
O poeta, uma vez na nuvem,
saboreia o tempo
e enxerga o infinito
na pena que não
se aquieta
enquanto
não se termina
o poema.
08/06/2012 Libertação
(Gustavo Bastos)
Marcadores:
Poesia
Assinar:
Postagens (Atom)