PEDRA FILOSOFAL

"Em vez de pensar que cada dia que passa é menos um dia na sua vida, pense que foi mais um dia vivido." (Gustavo Bastos)

sábado, 3 de outubro de 2009



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quinta-feira, 1 de outubro de 2009

PERCURSO DO HOMEM MATERIAL

PERCURSO DO HOMEM MATERIAL


No vácuo desinteressei-me por pouco

Do que há pouco se viu do mar de mistério,

Das luzes cromáticas

Marquei uma luz azul,

Das máquinas e das obras delas nascidas

Edifiquei um plasma silente.



Quando se fez o fio da arte

Machuquei explosões de sentidos,

Demarquei a remarca dos meus corpos azuis,

Exilei-me por um nada absurdo

O qual alimentei de lamento.

Como num lamaçal de lares queimando,

Eis que vi uma nuvem que veio

Do fogo atrás dos teatros e novelas,

Eis que vi um buraco alheio

De coração dilatado,

Eis que menti por vezes várias

Quem eu era, se nas inteligências

Se fazia a teoria pacata

Descansada do choro.



Milagres e bandeiras,

Pelotão de fuzilamento

Das alegrias,

Somente um fantasma vivo

Que repetia o insondável

Que está no vácuo,

Vertigem física

Ou vento que não soprou.



Um banquete de fome e anarquia

Nos pecadores sem culpa,

E o rigor da vida mecânica,

Ou era nada ou era tudo

De que as coisas são,

Entrei no vácuo

De que me fiz

Primeiro conhecedor

Do mundo que se viveu

O impossível.

Uma máquina tempo espaço

Que de vácuo é um todo sem matéria

Ou matéria infeliz e esquecida,

Espero que seja toda uma vida

De poesia, que se esqueça da ferida.

SERENATA DA ANTIGUIDADE

SERENATA DA ANTIGUIDADE


Mais adorável que o licor de fogo

Dos meus altares, dóceis animais

Com os calores do monsenhor

Que bebeu tal licor

Comedido em ardência de generais

E que trouxe a calma ao seu próprio corpo

De uns baluartes que não abriam a dor



Palavra sem bosque

Urna do nada que ali queimava

Licor dos ódios e dos rancores

Com a palavra bêbada que cantava amores

Ali no fim do estoque

E que tudo levava

E que ainda nos dava choque



Amanheceu na praia planície alegre

Aonde o céu se fazia campestre

Eu nem sabia como cantar ao mestre

Do meu olhar de amores e faróis

Que não dormiram nas noites passadas

Dos tantos heróis

Das ruas destinadas

Aos nossos mais libertinos

Padres meninos



Bela época no sol eterno da alma

Que a luz perca a sombra

E que os corpos nus dancem na onda

Fraterna que agita a saturnal de alfa

Que nos anjos arqueiros faz de conta

Em tudo no belo brilhante em que a mulher desponta

Meu cais, que o idílio afaga com a palma



Minha adorada celeste

Que mais se entrega

Ao sol de uma clara fera

E que vem com meu ar agreste



Eu delirei como êxtase místico

Do lar e do vício lírico

No mar com o início de uma esfera

Deleite tal primavera

Delíquio tal martírio

Como filho de uma nova era