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Permita-me este poema, de fundo
imaterial, assim doidivanas,
com o sentido biruta,
basbaque, órbita perdida
dos loucos, papo besta.
Dando coice da arma,
o tiro batendo na moleira,
com os asnos negociando
cadáveres, órgãos,
globos oculares.
Se a vindima dos néscios
se dá em canto bobo,
bem está o vicário
destes molambos
macambúzios,
tomando da chinela
o tapa o petardo
do sistema.
24/11/2023 Gustavo Bastos
Para que tenhamos a sorte, o pulso tem
que ser firme qual rocha, neste vínculo
com a vida verdadeira, de seus valores
mais caros e vastos.
Pois a sebe está viva, e a pauta cega
dos devaneios à espreita.
Sob vigília deve estar o seu campo,
e que o poeta dirá ser a estrada
para o desconhecido, depois
da biografia consolidada.
Se os famintos pedem pão,
lhes deem pão.
Se os ladinos pedem
mais do que isto,
lhes deem a enxada.
24/11/2023 Gustavo Bastos
Os senhores da guerra, desde muito,
figuram na geopolítica o azedume
de crimes vários, nos mais
armados campos de marte,
a fazer da vida, dos corpos,
joguetes de seus delírios
de grandeza, e a cabeça
que gira à prêmio,
do soldado raso,
sangra até a morte
a insanidade que
as crianças não
puderam entender,
minutos antes
de uma bomba
cair e elas
desaparecerem.
23/11/2023 Gustavo Bastos
Vou, sem paradeiro, com a verve
mais viva, nesta fita, neste naipe,
com o canto silvestre, do campo
o mais vasto canto.
Pois, se da penumbra o alvo
escapa, na luz sua vida é brilho,
o mais poeta dos poetas
não morrerá no exílio.
Cada veia, cada coração,
nesta batida viva,
tem a coragem
da bravura
da vitória.
23/11/2023 Gustavo Bastos
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