PEDRA FILOSOFAL

"Em vez de pensar que cada dia que passa é menos um dia na sua vida, pense que foi mais um dia vivido." (Gustavo Bastos)

sexta-feira, 11 de maio de 2012

PROSCÊNIO DOS LILASES

Amálgama dos sorrisos,
de todos os sorrisos,
sorri em devaneio
sem olhar suas lástimas,
sorri de sonho em brasa,
sorri pelas poucas horas,
sorri pelo ócio,
sorri olhando
o mar.

Estava a senhorita Lilás
com seus matizes
de funda sombra,
elencava em seu mistifório
rendas novas,
costuras infindáveis
de que se faziam o dia
de Lilás.

Outra nuvem, de outra época,
encantava-se nos pés voadores
de pássaros nus,
convite à meditação
numa plêiade
alvoroçada
pelo denodo.

Cantava sóbria
Lilás com seus
cantares.

Seria o Rei, fina flor
do Lácio?
Desvenda no xadrez
o ataque de semitons
dos cavalos,
e então se entrega
a torre
pela sobrevida
da rainha.
Seria o Rei, falso Rei?
Seriam noites de Rei,
falsas noites?

Ora, num lago sem mistério
se resolveriam todos os enigmas,
desvelado o sol,
desvelada a lua,
sobraria ainda a sinfonia,
a linda sinfonia
de concertos
polifônicos,
depois das setas ao fulgor,
resolveriam o sol e a lua
socorrerem a Terra
e suas lutas.

Veria, eu-poeta,
a flor verdadeira
no coração vigiado
e as estrelas do poema
no proscênio ensaiado.

11/05/2012 A Lírica do Caos
(Gustavo Bastos)

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