PEDRA FILOSOFAL

"Em vez de pensar que cada dia que passa é menos um dia na sua vida, pense que foi mais um dia vivido." (Gustavo Bastos)

sexta-feira, 11 de maio de 2012

SOBRE O PRIMEIRO APOCALIPSE


I – A GÊNESE

   No começo Kaos reinava, o terrível sopro não tinha ainda soprado, a máquina de tudo era ainda incipiente, e aí então o mestre se autogerou, num campo sem chão em que a História ainda não era, e nem eram os seres, o mestre se autodenominou Zion, cresceu nele tumores de vida, ele ficou grávido do Ser, ainda não era a existência, Zion ainda estava acordando, tinha uma tarefa árdua pela frente, criar de Kaos o mundo enfim.
   Demorou até o despertar completo de Zion, ele fumou uma erva que nasceu de seu pé esquerdo e com seu pé direito retirou da seiva de seu dedão a flor de Lótus alucinogênica que lhe permitiu ter visões místicas. Zion estava pronto, seu pensamento acabara de nascer, ele se descobriu imortal, mas não teria como conceder tal imortalidade para os seres que cresciam em sua barriga, Zion resolveu estudar e planejar tudo, ele não sabia como ele mesmo havia surgido, mas logo entrou em conflito com Kaos.
   Kaos não era um Deus, Kaos era o não estar em nada, Kaos era o antes de todos os ontens, não havia tempo em Kaos, mas do pensamento que nascia e despertava em Zion, ele tomava seu pensamento como o nascimento do tempo, de seu pensar ele já sabia como seria o Ser, a matéria existencial se plasmava, Zion estava em conflito com Kaos, Zion teria que derrotar Kaos para de seu ser autogerado, ato puro, nascesse vida, e vida em abundância.  
   Zion ficava enorme, logo se tornou um gigante, cresceu na enormidade infinita que era ele mesmo, já não cabia no nem não-ser de Kaos, ele estava embebido no paradoxo, piores do que os paradoxos de Zenão de Eleia, ou das aporias perturbadoras da lógica imperfeita. Mas, Zion era perfeito, e não poderia ficar no estado mutável de paradoxos, a primeira conflagração começa, Zion se torna a própria transcendência, era o Prana, era o Karma e era o Nirvana.
   Zion se tornara o tudo no todo, e o todo ainda não era Ser, para sair de Kaos definitivamente, ele teria que regurgitar os seres que cresciam em sua barriga, parecia que era o momento, Zion já estava autoconsciente e iluminado, Zion resolveu regurgitar os seres de sua barriga, e nasceu Tempo e Abismo, nestes dois seres Zion inoculou Prana e Karma, mas deixou Nirvana só para os seres puros. Tempo recebeu Karma, e Abismo recebeu Prana, lembrando que Karma não era um ser, mas era a condição de Tempo, este sim que era ser. Prana também não tinha ser em si mesmo, ele era condição de ser para Abismo, foi então que Tempo se fundou como Karma e Abismo como Prana, e o sentido de Abismo não era a queda dos anjos, mas era tanto a morte existencial como a morte física.
   Tempo era o condutor de Abismo, Tempo era o mestre de Abismo, e Zion era a luz de Tempo e a sombra de Abismo que se equilibravam num Pólemos que virava Harmos, então de Tempo e Abismo temos Pólemos e Harmos, seres secundários na senda de Zion, pois Zion vive essencialmente de Tempo e Abismo, e neles dois fundou a estrutura da existência e finalmente derrotou Kaos. Kaos virou Limbo, e a partir de então, Zion reina.
   Mas, Zion sabia que a obra não estava completa, seus estudos e meditações lhe fizeram entender que Tempo e Abismo não eram totalmente concretos, eles eram seres incompletos, e como Zion era perfeito, ato puro, em sua barriga ainda tinha mais seres, ele sabia, e então regurgitou Terra e Oceano, destes dois criou Matéria.
   Terra e Oceano se fundiram e viraram os continentes antigos Lemúria e Atlântida, e em volta de Lemúria e Atlântida havia Mar, do profundo do Mar, Zion criou os primeiros seres vivos, daí eles começaram a evolução e o povoamento de Mar, Lemúria e Atlântida. Os primeiros seres vivos da Terra logo se tornaram resquícios de consciência, quando Tempo foi autorizado por Zion, ele fez nascer os primeiros seres inteligentes, que foram, na primeira ronda das eras cíclicas, os lemurianos e os atlantes, e foram criados, ao mesmo tempo, Sexo e Amor, que foram então inoculados nos lemurianos e atlantes, mas com Amor nasceu Ódio, e houve então uma guerra entre os lemurianos e os atlantes, de Sexo haviam nascido cinco gêneros, três foram extintos nesta guerra e restaram dois, Homem e Mulher.

II – A HISTÓRIA DE LEMÚRIA E ATLÂNTIDA

   Da primeira guerra entre Lemúria e Atlântida restaram os dois gêneros, o que não impediu experiências genéticas em Atlântida que geraram aberrações, dentre elas alguns hermafroditas, tais criaturas foram escravizadas pelos atlantes, enquanto os homens mais vigorosos de Atlântida se preparavam para uma nova guerra e a invasão de Lemúria para a extinção dos lemurianos. Começou então a ser criada pelos sacerdotes atlantes, uma nova mitologia para reinar sobre o povo, ficou no pórtico dos Sete Sábios a inscrição do deus criador Temor.
   O grão sacerdote foi eleito pelo oráculo de Temor, reinaria a partir de então em Atlântida o sábio Salesius, grande filósofo, cientista e engenheiro de guerra, poeta e excelente musicista, que fora criado por Alefim, antigo sacerdote do início da civilização atlante e que morrera depois de um surto de peste bubônica nos arrabaldes da capital de Atlântida, a cidade de Sírius, maior metrópole do mundo naquela época e repositório de toda a sabedoria e ciência de Atlântida. Lemúria, em comparação a Atlântida, tinha a capital Mussarda, que tinha castelos e o oráculo de Panassés, onde reinava o grande sábio Fronestes, que era grão sacerdote e governante de Lemúria, além de representante da mitologia lemuriana, e guardião da sabedoria e ciências lemurianas.
   Não havia muito intercâmbio cultural entre os dois continentes antigos, a língua dos atlantes era o kanoiwa, e a dos lemurianos o lemoniwa, o tronco comum das duas línguas era o bratalí, mas com o tempo e as guerras periódicas entre lemurianos e atlantes, o bratalí foi desaparecendo, sendo falado apenas pelos sacerdotes mais graduados de ambos os continentes. A origem da sabedoria atlante ficava em papiros na língua ancestral bratalí, mas só era permitida a leitura de tais papiros para os iniciados no sacerdócio Puitalaía, a ciência oculta dos atlantes, que era a sabedoria dos sacerdotes de Atlântida. Tais papiros ficavam guardados no oráculo de Temor, e quem permitia o acesso a tais papiros aos iniciados era o grão sacerdote Salesius.
   Em Lemúria, não era muito diferente, mas os papiros do oráculo de Panassés era em língua específica dos sacerdotes, um derivado da língua ancestral bratalí, o bratatiwa, que era um código secreto entre os iniciados lemurianos na ciência oculta criada pelo mitológico primeiro sábio da civilzação lemuriana, Agathe, filho do deus Termátilas, o deus que governava os destinos de Lemúria naquela época. Logo depois, a mitologia lemuriana fora reformada, e o culto de Termátilas ficou meio esquecido, nascendo entre o populacho, cantos de fertilidade do deus Dasmin, que, para o sacerdócio lemuriano, não passavam de crendices populares, mas que ganhou grande vulto em Lemúria.
   O canto de Dasmin, em Lemúria, virou grito de guerra contra os atlantes, pois os guerreiros lemurianos queriam se vingar dos atlantes pela derrota de Lemúria na última guerra, mas era impossível, pois a engenharia de guerra atlante era muito avançada, enquanto os lemurianos eram mais filósofos que homens práticos. E os cantos de Dasmin, segundo os sacerdotes lemurianos, estavam degradando os costumes dos lemurianos, parecia que a decadência cultural dos lemurianos era interminável, enquanto que a ciência atlante avançava rapidamente e o objetivo dos atlantes era, na próxima guerra, destruir Lemúria e tomar Mussarda, além de ter acesso aos papiros da filosofia do oráculo de Panassés, que era uma filosofia mais vigorosa que a ciência oculta de Atlântida, além de Atlântida querer desvelar o código secreto bratatiwa.
   Os lemurianos já não respeitavam mais o código moral público dos sacerdotes e queriam o fim do governo de Fronestes, acusado de destruir os templos e os ídolos Dasmin. O povo lemuriano logo inicia uma revolução e toma vários templos dos sacerdotes lemurianos e destrói os altares dedicados à Termátilas, e acusam a ciência oculta de Agathe, de privilegiar os sacerdotes, que viviam em opulência, enquanto que o povo vivia à míngua. Então, o líder das tribos lemurianas, Cevílias, consegue invadir com uma milícia de guerreiros o templo mor de Termátilas, o oráculo de Panassés, e os guerreiros revolucionários queimam tudo, inclusive os papiros bratatiwa, e depois vão ao castelo de Fronestes e degolam o mesmo, declarando então Cevílias, rei de Lemúria, e o culto de Dasmin como a religião oficial do continente.
   Logo, os lemurianos convencem o novo rei Cevílias a treinar um exército para lutar contra a máquina de guerra dos atlantes, a nova guerra entre os dois continentes era iminente, Dasmin era o novo guia dos lemurianos contra o deus atlante Temor. Mal sabiam os lemurianos, por sua vez, que o treinamento do exército atlante, já era um grande preparo de Atlântida para tomar Mussarda, embora o oráculo de Panassés, muito cobiçado pelos sacerdotes atlantes, já estava completamente destruído, e que a cultura lemuriana, agora, se resumia a um culto popular degradante do deus Dasmin, e que grande parte dos sacerdotes que falavam o bratatiwa, já tinham sido assassinados pelos revolucionários de Cevílias.

III - A GUERRA ENTRE OS LEMURIANOS E OS ATLANTES E O PRIMEIRO APOCALIPSE

   Antes da última guerra entre Lemúria e Atlântida eclodir, aquela que levaria à destruição das duas civilizações, e ao fim da primeira ronda, uma vidente muito conhecida de Atlântida, Safira, profetizou a vitória de Atlântida contra Lemúria, mas que haveria uma herança que destruiria por completo toda a população de Atlântida. O rei Salesius ouviu com atenção ao enigma do oráculo de Temor que, segundo a vidente, era a voz do espírito de Temor, que dizia o seguinte: “As caravanas avançarão até onde o horizonte alcança, o reinado será próspero, mas um outro Deus, muito mais poderoso, que ninguém conhece, nem mesmo a mais profunda sabedoria, dará dos céus de onde mora, a sua vingança.” Salesius não entendeu nada, e também não aceitou a interpretação da vidente Safira que, embora respeitada por todos em Atlântida, desta vez acabou irritando Salesius em demasia, que, num acesso de ira, mandou Safira à fogueira numa pira, foi uma ação temerária de Salesius, pois Safira era a única vidente que incorporava o espírito do deus Temor, mas Salesius não deu ouvidos ao oráculo e queimou Safira, e logo depois fechou o oráculo de Temor, dizendo que a partir de então Temor estava morto, e que ele era o próprio deus de Atlântida.
   O treinamento do exército revolucionário de Lemúria avançava, se sofisticava, mas Salesius não se preocupava, pois sabia que o oráculo de Temor lhe garantira a vitória, embora a palavra vingança lhe tenha provocado demais, e, em sua vaidade, ele se declarou o maior de todos, maior que a tradição atlante, maior que Temor, e muitos dos sacerdotes atlantes, que eram devotos de Temor, conspiravam contra Salesius, planejavam um atentado à vida de Salesius ao fim da guerra contra Lemúria. Salesius começava a ficar fora de si e mandou logo o exército atlante se organizar, pois, em uma semana, eles invadiriam Mussarda e matariam o rei Fronestes (não havia ainda chegado a notícia da revolução de Cevílias em Lemúria, para os atlantes).
   Por sua vez, Cevílias mandou o exército lemuriano construir fortificações para proteger Mussarda, e que, quando chegasse o exército atlante, eles tomariam conta de todas as coordenadas da região, desde o vale do Siso, até as montanhas de Henan, última fronteira conhecida do continente lemuriano, donde se tinha a vista do continente de Atlântida, pois ali era o estreito que separava os dois continentes, o estreito de Mubauram, onde se tinha Mar no meio, e que, nos verões, secava, possibilitando a passagem à pé de um continente ao outro, embora aquela região, despovoada, e que só recebia gente em períodos de guerra, fosse um lugar estratégico. Pois então, Cevílias já enviara uma tropa até lá para ficar de sentinela até a chegada dos atlantes.
   Passou a semana, e então Salesius deu a ordem: o exército atlante invadiria a Lemúria pelo estreito de Mubauram, e avançaria em terra firme desviando das montanhas de Henan e do vale do Siso, pois Salesius sabia que nestes dois lugares os atlantes eram vulneráveis, restando então, o avanço atlante margeando o continente lemuriano pela enseada de Hocham até Mussarda, que ficava no fim desta enseada. Enquanto isso, uma das tropas lemurianas aguardava os atlantes para a primeira batalha no estreito de Mubauram.
   O exército atlante chega ao estreito de Mubauram, guerreiros lemurianos, em tocaia, atacam os atlantes que, devido ao treinamento rigoroso, revidam com espadas e formações triangulares que os lemurianos desconheciam, só havia uma tropa lemuriana no estreito, o resto do exército lemuriano estava nas fortificações nos arrabaldes de Mussarda, pois Lemúria não tinha outra alternativa, teriam que se defender até o fim, e o resultado no estreito de Mubauram não poderia ter sido outro, o exército atlante, muito mais numeroso e poderoso, massacrou a tropa lemuriana que ali se encontrava, avançando, então, agora com o caminho livre, em direção à Mussarda, pela enseada de Hocham. Cevílias já prevera a derrota, e logo premuniu as fortificações de que os atlantes provavelmente venceriam no estreito, a tropa só ficara ali como um primeiro gesto desesperado de Cevílias.
   Depois de uma caminhada duríssima de 35 dias pela enseada de Hocham, o exército atlante chega aos arrabaldes de Mussarda, e logo o exército inteiro de Lemúria sai das fortificações e luta contra os atlantes. Mas, mais uma vez os atlantes levam a melhor, suas formações triangulares e suas armas mais sofisticadas massacram todo o exército lemuriano, depois de 7 dias de guerra sangrenta. Os atlantes invadem então Mussarda, e vão atrás de Fronestes, mas encontram Cevílias no lugar dele. Embora confusos, eles matam Cevílias e capturam grande parte do povo lemuriano (os que não foram assassinados pelo exército atlante) e os levam como escravos para Atlântida. Só que, infortunadamente, não encontram o oráculo de Panassés, só ídolos de ouro de um tal deus da fertilidade Dasmin que, por óbvio, o exército atlante ignorou e os derreteu para levar o ouro até Atlântida. Antes disso, destróem o que restara de Mussarda, que vira uma cidade fantasma, só de ruínas. E o continente de Lemúria vira um deserto.
   O exército atlante retorna à Atlântida depois de 52 dias de caminhada, metade dos lemurianos capturados para serem escravos em Atlântida acabaram sendo sacrificados no caminho pelo exército atlante por falta de comida, só havia provisão para um número restrito de pessoas, e próximo à Atlântida, houve um morticínio, pois senão haveria uma outra guerra, dessa vez por alimentos. Enfim, o exército atlante chega a Salesius, e dá a notícia da vitória e do extermínio do povo lemuriano. Salesius pergunta logo dos papiros de Panassés, mas o general Furgo, líder do exército atlante, comunica o que havia ocorrido antes da chegada deles em Lemúria, e então, Salesius fica irado, e manda matar Furgo e mais três tenentes, pois não se conformava em não desvendar o código bratatiwa. Mas, os abusos de Salesius estavam passando dos limites, parte do exército atlante, embora fiel ao rei, acaba por se revoltar com suas ações desmesuradas e não aceitam a morte de seu general Furgo. Logo, os sacerdotes conspiradores, que queriam se vingar do fim do culto à Temor, imposto discricionariamente por Salesius, cooptam esta parte do exército insatisfeita, que era mais que a metade do contingente de todo o exército atlante, e planejam a morte de Salesius. Fica evidente, também, que Salesius já não estava de posse de seu juízo desde que baniu Temor da tradição atlante.
   Salesius é raptado por dois soldados na madrugada, e entregue ao líder da conspiração, o sacerdote Timério, que interroga Salesius e diz para ele reestabelecer o culto de Temor. Com a negativa de Salesius, Timério ordena um dos soldados a degolar Salesius, arrancar a sua cabeça, e expô-la na praça central de Sírius como símbolo do retorno do culto de Temor em Atlântida, e a vingança da morte da vidente Safira, que era considerada santa entre o povo e os sacerdotes atlantes.
   Mas, não era esta a vingança profetizada pelo oráculo de Temor, a morte de Salesius era só um falso sinal de que tudo retornara ao normal e de que a justiça estava feita. Pois Timério ordena um novo código moral público criado por ele mesmo em um papiro escrito em 32 dias e que vira regra geral do convívio e dos costumes atlantes, o que desagrada grande parte do povo atlante, e acaba que um dos populares mata Timério, depois de 3 meses de vigor do novo código, e o povo atlante se volta contra os sacerdotes que são dizimados, e então, Atlântida cai na anarquia e na decadência moral e cultural, com inúmeros ídolos de madeira e de bronze, até que uma guerra sangrenta pelo poder entre várias tribos atlantes, matam mais da metade do povo atlante, que, por fim, é dizimado por um terremoto e por um tsunami que abalam violentamente os continentes de Atlântida e Lemúria, acabando com estas civilizações ancestrais.
   Os poucos que sobreviveram, foram para uma ilha desconhecida até então, que hoje sabemos ser a ilha de Creta no sul do Mar Egeu, que criou a nossa civilização conhecida depois de migrações para o rio Tigre e Eufrates, e para o Egito. Acabou assim, a história trágica das civilizações lemuriana e atlante, este foi o primeiro apocalipse, e nada restou de material desta loucura toda, senão os registros de Timeu e Crítias de Platão. Zion provocara com seu sopro o fim desta História que virou lenda e que povoa o imaginário antigo e contemporâneo, passaram-se 12.000 anos desde então, e o mistério continua. Zion cria o novo mundo logo após este cataclismo, e o Mar violento levou e elevou este mistério. Submersa, a lenda ou História continua, e Zion sempre reina, desde o fim de Kaos e desde o começo das eras. E Tempo se encarrega de tudo explicar, e Abismo de tudo esconder.

11/05/2012 Contos Psicodélicos
(Gustavo Bastos)  
 
   
   
 



   
 



   

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