PEDRA FILOSOFAL

"Em vez de pensar que cada dia que passa é menos um dia na sua vida, pense que foi mais um dia vivido." (Gustavo Bastos)

terça-feira, 23 de novembro de 2010

FOGOFÁTUO



À luz decorrente da soberba, os bandidos devotos.

Eles dão à glória o que criam.

Um dirá ao outro:

__ Temos o ouro, o mormaço e a cela.

E um terceiro responde:

__ Seja isto então. O que é velho morreu.

E a sina dos banqueiros é serem o que são.

Suas salas refrigeradas são bandeiras do capitalismo.



Quem, de luz navegando, sem sabedoria,

Poderia então servir-se do ouro, do mormaço e da cela?

O plágio dos idiotas. Ou criaturas insanas.

E o primeiro responde:

__ Que bandidos somos nós? Aos diabos!

O chefe do bando retrucou:

__ Vocês, pobretões, não são banqueiros.

O que fazemos é usar máscaras para assustá-los.

E um outro, cheio de si, faz a seguinte observação:

__ Damos aos revólveres todo o poder.

Aqui neste mundo bolorento,

Só mesmo o apelo e o terror são eficientes.

Nossa bagatela, nosso quinhão, nossa barganha ...

É mais eficaz que o trabalho dos conformados.



Temos então: __ Ouro, mormaço e cela.

Isto não é pão! Dinheiro? É o mais interessante ...

Pois o quê? Devemos tê-lo para nós!

(O chefe do bando faz o mea culpa)

__ Quem somos? Senão a escória?

Mas, dane-se. Vamos viver o dia de hoje.



Os discípulos, revoltados, deram o veredicto:

__ Estás louco? Tu és nosso chefe, Satanás ...

Os salafrários, as bandalheiras!

Ou melhor, a hipocrisia ...

Tudo nos é honrado. Tudo nos parece certo.

Tão claro e certo, como o sol na manhã seguinte.

Isto se não for a chuva nossa sujeira.



O chefe (Satanás), tomou de volta a palavra:

__ Somos a escória, meus discípulos.

A maré dos sonhos humanos, seus desejos,

São os que levam o mundo ao caminho natural da estupidez.

Senhores, não desanimem.

O capital é nosso. A poluição é nossa.

Os corsários são os nossos ídolos.

Ó fastígio da guerra! O panzer é o universo!

Somos todos, escória maltratada.

Ouro, mormaço e cela.

Com este mundo nós deliramos.



Termino aqui uma narrativa inútil:

__ O fogofátuo são os nossos desejos,

Os nossos sonhos, as nossas ideias,

As nossas experiências,

Os nossos vícios,

Até mesmo a nossa suposta bondade.

(Aqui quem fala é o poeta).

Pois o quê? Tudo é isto:

__ Fogofátuo; ou melhor,

Ouro, mormaço e cela.

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