PEDRA FILOSOFAL

"Em vez de pensar que cada dia que passa é menos um dia na sua vida, pense que foi mais um dia vivido." (Gustavo Bastos)

sábado, 2 de outubro de 2010

DA ARTE DA ALMA (MANUAL DE SOBREVIVÊNCIA)

O homem, por si mesmo valoroso,

enfrenta a morte da alma

como um fosso em que dorme o pensamento.



O homem acorda a alma latejante

em seu sono profundo,

desfaz a sua obra de alma bondosa,

desfaz a solidão que a embala,

segredo deste sonho

são as inúmeras fugas

da alma desnuda.



Infinitos fragmentos,

são os sonhos e as prisões

de um delírio,

são os ensinamentos dos livros

sem uma paz já definida

como a morte da alma

para a poesia,

tragédia metafísica

de morar no vazio,

meu medo irracional

de cair no vazio,

a alma não pode se negar

à sua salvação,

quando no meio da noite

acordo perguntando

por quem eu choro,

se é a minha morte

assim lembrada.



O homem, para não morrer,

deve refundar a alma

para que ela também não morra.



E que dizer do valor humano

senão a sua saga de sobrevivência

que perdura pelos milênios?



Não será onde acorda o pensamento

a salvação da alma?

Não será o governo da alma

a sua ascensão ao que

o coração sente?



E o que sentimos teria definição

de vida?

Pois que a vida seja o sopro

donde temos o sentido

que a carrega

para os altos cimos

da verdade da alma,

quando esta não mais

dorme em sua morte anunciada,

mas que sobrevive inestimada,

saudável e poderosa

para anunciar a poética dança

do mundo,

um mundo em que se vê

discórdia, guerra e desastre,

mas que é o mesmo mundo

onde se faz arte.



29/11/2008 by Gustavo Bastos

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