Consegue o verbete, para imantar o vocabulário,
nas travas da língua, acontece o verso.
De chofre, ao grito súbito
que tenta e revela,
no hausto, proferindo,
conjurando.
Doido o tempo urge a máquina,
com as hastes e as torres, os vícios
e os mares criados na imagem.
Cria, ensina a chama viva,
pois a saber o fogo,
queima sua vinha.
Dentre os poetas morde
teus conformes, se vira
nos quebrantos das noites,
os ditos poetaços.
Mas a verve, constrita,
afaga e bate, amacia e tonteia.
Destarte, os lírios agonizam,
a loucura tem toda a peste
dos tempos da revolta,
como um castelo ruindo.
Foi este o topázio achado
nos dias de esmeralda,
pois toda a pedrada,
no estro exangue,
atinge a mais longa
noite das agruras.
Pois, desde o monte,
quando cantava o lobo,
e a lua sangrava,
nos ritos de dança,
toda a poesia brotava
deste totem, um riso
mordente, a fonte
fremente, e os brios
da oração.
Gustavo Bastos - 31-03-2025
Sublime
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