PEDRA FILOSOFAL

"Em vez de pensar que cada dia que passa é menos um dia na sua vida, pense que foi mais um dia vivido." (Gustavo Bastos)

quarta-feira, 8 de agosto de 2018

OS RATOS – PARTE II


“Os planos de Desmond tinham caído num imprevisto, ratos.”

Ben acaba por se tornar secundário nos planos de Vincent, embora sua dedicação na comissão que investigava a vida financeira de Vincent fosse hercúlea. Ben só seria assassinado mesmo após o fim de Joseph. E, nesses dias, Victoria faz uma visita a Joseph, e deixa ela a par da situação, pois ele sabia do que Vincent era capaz.
A investigação da comissão de ética de Ben acaba por ser esvaziada, a maioria opositora contra Vincent se torna minoria num passe de mágica, ou seja, Vincent já havia comprado três quintos dos vereadores e inviabilizou toda a investigação, deixando Ben numa situação embaraçosa de ficar se explicando para a população.
Joseph tenta articular uma fuga da prisão para não ser assassinado por Vincent. Em três dias consegue o intento, sai numa madrugada, depois de Ben enviar um de seus amigos que comprou os carcereiros, e então, Joseph estava livre, e foge de West Camp até as coisas se acalmarem, ou quando Vincent fosse derrotado.
Victoria fala a Desmond que Joseph e Ben corriam risco de morte, e que Vincent se tratava de um escroque e de alma maligna. Victoria convence Desmond a colocar uns detetives para vigiar os passos de Vincent. Joseph já estava na cidade vizinha de East Camp, em contato com o prefeito e o sindicato de lá.
Walt também é informado por Victoria das articulações de Vincent para matar Joseph e Ben. Numa manhã chuvosa, Ben é encontrado morto a tiros numa rua sem saída do Campo do Levante. Joseph fica sabendo, e se revolta. Nisso, no Campo do Levante, havia uma grita de que ratos estavam invadindo as casas de lá. As baratas, escorpiões e lacraias tinham sumido, só havia ratos por toda a parte.
Victoria começa a receber informações dos detetives que investigavam Vincent, e a notícia não era animadora, Vincent comemorou com uma festa em sua casa no mesmo dia que encontraram o corpo de Ben jazendo na rua sem saída, Vincent tinha bebida e prostitutas, seus capangas davam tiros para o alto e berravam como animais.
Joseph resolve voltar em segredo para West Camp, e fica nos fundos de uma casa pobre do Campo do Levante. Ele decidira matar Vincent para não morrer. Nos fundos da casa, uma ratazana morde o braço de Joseph, este grita de dor, vai ao hospital, e é descoberto por um dos capangas de Vincent. Seus dias estavam contados.
No dia seguinte da internação de Joseph, entram três homens encapuzados, invadem o hospital, vão ao quarto em que Joseph estava, e disparam trinta tiros no peito de Joseph. Ele morre na hora, e Victoria vai ao desespero. Desmond tem um ataque de fúria, e diz que poria um freio naquilo tudo.
Victoria, que era pacífica e a pessoa mais bondosa de West Camp, de uma índole irrepreensível, também toma as dores de Joseph e Ben, e diz ao marido Desmond para matar Vincent. Os ratos, enquanto isso, já começavam a chegar nas terras dos latifundiários da região. Sir Douglas Barrimore e Kirk Seymour também já estavam furiosos com toda a situação e dão seu apoio a Victoria e Desmond para acabar com a vida de Vincent. Os dois formam um pequeno exército de apoio, junto com os camponeses de Desmond, para invadir a prefeitura e matar Vincent.
Kirk Seymour decide fingir apoio político a Vincent para preparar o terreno, Desmond não poderia fazer isso, pois era adversário político de Vincent, e as relações, que à época da eleição, eram pacíficas entre Desmond e Vincent, estavam no limite da explosão. O pequeno exército é montado, mas, na saída deles à caminho da prefeitura, estes homens são surpreendidos por uma nuvem descomunal de ratos, todos são mordidos. Dias depois, a maioria desses homens adoece e morre de peste bubônica.   Os planos de Desmond tinham caído num imprevisto, ratos.
Victoria, então, decide ir pessoalmente para conversar com Vincent, pois Kirk falhara no seu joguinho, e perguntar olho no olho se era ele mesmo que tinha matado Joseph e Ben. Victoria já estava impaciente, e não havia mais o recurso da invasão de choque na prefeitura. Desmond estava confuso, e perguntava que raio de ratos eram aqueles invadindo as suas terras. Deixa nas mãos de Victoria o último recurso civilizado para interromper o ímpeto assassino de Vincent.
Na prefeitura, Vincent simula concordância com as invectivas de Victoria, confessa seu feito para ela, e diz que tudo ficaria em paz dali em diante, e que queria conversar com Desmond sobre a gestão da prefeitura, e de que os vereadores estavam cooptados contra Joseph, e então, seu gesto extremo, era um pedido dos vereadores para recuperar a prefeitura e a Câmara dos Vereadores de um vexame de denúncias de corrupção, o que, ele disse a Victoria, era uma calúnia de Joseph que, na verdade, queria o seu lugar a todo custo, e que também tinha sido ameaçado por Joseph de morte. Victoria engoliu seco, mas não comprou aquele teatrinho, claro. Teria ela que ir até ao sindicato do Campo do Levante, para começar, então, um movimento político para, enfim, tirar Vincent da prefeitura.
Chegando ao Campo do Levante, ela conversa com o substituto de Joseph no sindicato, nada mais que o alcoólatra e uma das três lendas, Peter. Este que já estava junto do camarada Denis, para enfiar a porrada no prefeito Vincent, que já havia apanhado de Joseph, mas, segundo eles, "ainda não tinha aprendido a lição".

Gustavo Bastos, filósofo e escritor.

Link da Século Diário :  http://seculodiario.com.br/public/jornal/artigo/os-ratos-parte-ii

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