PEDRA FILOSOFAL

"Em vez de pensar que cada dia que passa é menos um dia na sua vida, pense que foi mais um dia vivido." (Gustavo Bastos)

quinta-feira, 19 de maio de 2011

BELEZAS ESTUPENDAS

Vejo o futuro nas histórias trágicas, no sangue de lenhas queimadas, que os corações cantavam em fúria, pelos vícios que me tomavam nos desertos. As mazelas destas vias de enxofre em caos, que resistiam em ócios. Nas trevas que fugiam das luzes, e nas mortes demarcadas entre as terras que abandonei. Ventos de karmas e delírios, vozes do meu desapego, que brotavam ritmos dos lírios de fazendas iluminadas de frondosas mutilações.

Caindo nos versos de puritanas estupradas por mentirosos, açoitadas em suas virgens florestas, via descrentes num mar de vigor perdido. Vejo elas nestes delírios românticos, todas acorrentadas ao meu falo, sedentas de toda miséria que deixei aos renascidos. Noite de poucas luzes. Pois em venerações e idolatrias transfiguradas por reinos decaídos, montavam nos meus calabouços, como um temor que ardia em febres de pecadores.

Lembro das armadilhas de Satanás, com suas vaginas jorrando águas de mortalhas. E Jesus acreditando que tudo era um resto de concertos leves em uma eterna fogueira, em óperas que ficavam engasgadas no descampado de viagens estupefatas, em todas as carnes que lutavam por uma última unção. Sacerdotes, todos pecadores! Venham à nota de inferno deste mar! Inferno de farturas post-mortem. Que o latim dos demônios gritou, e que todos amavam.

Vejam! Jesus voltou colérico! Como uma bela volta de serpentes, morreriam os seus filhos mais belos. Todos crucificados pela injustiça. Vejam! Com a fé tudo é grandioso! Réquiem deste mar salgado, que engole a saudade do paraíso. Luz eterna deste soldado, cruz do Espírito. Venha socorrer este poeta que te blasfemou. Venha salvar o meu sangue! É o tédio a morada dos pequenos vilões. Me leve deste cálice, deste ardor que em tudo me corrompe. Venha com seus anjos, os cavaleiros do apocalipse, ver o fim da escuridão, levando-me das fúrias, levando-me de toda morte. Todo crente vive pelo seu sangue, pelo seu vinho. Ande sobre os estúpidos, leve-me do fogo. Mártires, profetas! Desejo que eu vi, de cóleras e ventos. Da vida que urge em velocidade, pelos cânticos deste pássaro vencido, que se rende a Ti.

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