PEDRA FILOSOFAL

"Em vez de pensar que cada dia que passa é menos um dia na sua vida, pense que foi mais um dia vivido." (Gustavo Bastos)

domingo, 27 de março de 2011

PELEJAS NOTURNAS

Qual era o mistério do meu demônio interior?

Sofri qual uva no lagar,

toda a febre de espora e de luta.

Cavalguei sem rumo o destino das eras.

O que era a noite naquela noite?



Senti gotejar todas as guerras,

e eram fortes mármores de tempo negro,

eram fortes topázios no vento.



Qual era a cor da minha noite interior?

Era escura como o escuro da morte,

eram todas as trevas da imaginação

num golpe de sonho e de delírio,

uma paisagem selvagem de miragem.

Toda a imagem da viagem.



Eu entrava em lógicas misteriosas,

afogando a mente num torpor de ópio,

e a maçã do pecado já não era mais,

nem o campo de laranjas.



Tremi diante da náusea das teorias,

e numa vindima pari os meus

poemas violáceos.



Eram do castelo as meditações rubras,

e sangue era a época do meu cristal,

o qual as mãos espatifaram

na parede da quimera,

sonhos sazonais de estrume,

e queda repentina no vazio.



Gustavo Bastos 14/05/2009

Um comentário:

  1. Do intenso sofrimento, nasce o profundo! Só quem le nas entrelinhas, para avaliar tanta coragem para seguir entre atribulações severas...Passa lá amigo, tem homenagem a nós, os que escrevem feito gotas de lágrimas...Abraços

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