PEDRA FILOSOFAL

"Em vez de pensar que cada dia que passa é menos um dia na sua vida, pense que foi mais um dia vivido." (Gustavo Bastos)

domingo, 6 de junho de 2010

AS COLINAS

Alturas intensas dos ares gelados,

Outrora de uma maravilha,

Júbilo e encantamento esperado.

As colinas em que se perde o olhar.

A fortuna da vida de poeta,

Que grita na alma,

Nos vários ritmos do poema.

Esta nuvem em que mora a volúpia.

Os demônios da paixão que morrem.

Amores e desastres da beleza.

Os outonos da morte, a paranoia do caos.

Os mares aflitos do coração,

Que acordam a metamorfose do tempo.

Pelos céus que encontro nesses montes.

Quando se revelam tais versos,

Pelas trilhas das orações.

Os desertos cantam outras eras,

Deserto de trigo, deserto de tomilho.

O que sinto plenamente é o porvir.

Depois das matanças, um retorno ao bem querer.

Atrás das colinas, esse sol que tanto procuro.

Dos sonhos que imaginava,

Vertia o sangue, beijava o fulgor.

Terras distantes em meu delírio,

Já abria as portas do espírito bondoso.

Em minhas mãos uma mulher morta,

De tal terrível desejo.

As colinas, as colinas ...

Passeios por mundos vicejantes,

Nas loucuras do amor intenso.

Por onde me criei, sou jovem e esperançoso.

A malícia deste verso

Eu faço com honra e ironia.

Minhas primaveras, meus sóis,

O verão de um longo fervor.

Que as chamas levem os fantasmas.

Vejo o rincão do descanso, leve nostalgia.

Lá onde estou pleno,

Doce pássaro de nobreza e candura.

Os ricos campos verdejam de tanto êxtase.

Em volta das colinas, as doces colinas.

Alturas que refulgem, raios estupendos,

Uma formosa névoa me regenera.

Rios de exuberância, plena exuberância.

As longas viagens de uma vida.

Belas contemplações, os olhos que miram.

Pinturas pungentes do coração.

Floresta tão amada,

As almas nativas e adoradas

Deste meu poema, que vive a terra nativa.

Nas colinas moram os anciãos,

Meus sábios monges,

Minhas douradas iluminações.

O que a esfera azul me servia,

As estrelas da constelação da magia.

Ao que o verso se referia,

Dou o sangue pela arte.

Espero o magnífico da morte,

E a tão louvada fraqueza de poeta,

Se apaixonar pela natureza.

Desespero de poeta, saber que é vulnerável

Ao tempo e à paixão. Tenebrosos caminhos,

Dos mil levantes da alma poderosa.

Os beijos malditos que sonhavam,

Mares deste sonho, lua amorosa.

Este amor é o veneno da sedução.

Volto-me aos encantos perdidos,

Volto à selva em que um dia dormiria.

Estes céus em que moram as colinas ...

Eleva todo espírito que se torna poesia.

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