PEDRA FILOSOFAL

"Em vez de pensar que cada dia que passa é menos um dia na sua vida, pense que foi mais um dia vivido." (Gustavo Bastos)

domingo, 29 de novembro de 2009

SINAIS DA TERRA PERDIDA V

V – LUZ


Essas brisas alegres relampejam, são luzes sortidas, vagam sob o sol, não se prendem.

São brisas róseas de verão, de sol firme, que invade o mormaço, que se funde à terra imaginada a óleo do pintor, que renascem sofridas dos ombros do trabalhador braçal. São brisas que levam fumaças, que a rua do ourives galanteia. Que a prataria toda queria como fogo.

Luzes dinâmicas e naturais. Brisas formosas que reluzem, relampejam, renascem nos ombros mortos-vivos do trabalhador braçal, braços na fábrica, braços viris.

Fico tonto, fico atônito.

Eu dou ao tempo um relógio de sol.

Caio na ressaca do tempo.

Eu finco bandeira na terra molhada, no pudor do cadáver, nas louras fêmeas morenas ruivas. Eu finco com os dentes!

Brisa cintila, relampeja. Luzes fêmeas rústicas, luzes fêmeas modernas.

Eu espero o verão, eu saio à noite atrás de mim. Atrás da fêmea.

Eu diria mesmo: Sou o soldado de vestes pagãs.

Anuncio: Os cordões de fogo, os labirintos dos matagais.

Bem seria uma beleza o Bem?

Estou na brisa, amante. Deveras.

É real o viço. Brisas quentes róseas floridas. Brisas frias róseas feridas. Estavam de vermelho. Estavam de branco. E um luto do avesso na estrela.

Eu derrubo a parede dos gigantes. Eu daria novamente este passo.

Se sofro, é por querer tudo. Se sofro, é por querer demais.

Aqui são sexos imaginados como fósseis raros. Eu puxo a alavanca. Sei muito bem o que é o amor. (Relampeja). Eu não durmo à espera. Se não veio nada, é porque nada esperei. Se veio ao menos uma Luz, eu a tenho em mim.

Brisas róseas floridas, feridas mordidas abertas, pulso.

Até o sangue é flor! Até o sangue, mesmo azul.

Do rio morto no mar eu aprendi que tudo é selvagem.

Não há edifício que suporte um toque de mágica.

Brisas etéreas róseas floridas, insônia criativa.

Bem é o Bem que seria?

Beleza também seria Beleza? E o Mal só uma festa de dançarinos?

A Besta 666 cai perante as asas. Ó facínora!

Nenhum comentário:

Postar um comentário