PEDRA FILOSOFAL

"Em vez de pensar que cada dia que passa é menos um dia na sua vida, pense que foi mais um dia vivido." (Gustavo Bastos)

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

ALGUMAS PÉROLAS DE 1967

“entre 1966 e 1967, vemos surgir um guitarrista norte-americano de nome Jimi Hendrix”

ESTADOS UNIDOS

A banda em que despontou a estrela de Janis Joplin foi o Big Brother and Holding Co., esta que era uma das grandes bandas que surgiam naquele cenário de São Francisco de 1967, com novas bandas psicodélicas representantes de uma juventude que emergia com liberdade num cenário de protestos contra a guerra e o status de vida capitalista mediano.
E junto com isso, de todo o movimento hippie que carregava esta juventude dos anos 1960, sobretudo 1967, temos também bandas como o Grateful Dead, liderado pelo genial Jerry Garcia, num estilo que juntava folk, country e experimentalismo (com altas doses de LSD nas jam sessions), e a banda que representava bem o cenário californiano, hoje sendo até um som datado, dependendo do ponto de vista, que era a banda Jefferson Airplane. Com a Grateful Dead lançando seu debut em 1967, e a Jefferson Airplane lançando Surrealistic Pillow, e depois, ainda em 1967, After Bathing At Baxter´s. Temos também bandas de menor vulto como eram a Quicksilver Messenger Service, Moby Grape e a Love.
E uma banda de Los Angeles, The Doors, também despontava, em paralelo ao burburinho do Festival Pop de Monterey (a banda não tocou no festival), mas com a mesma intensidade das bandas de São Francisco, e que teve o ano de 1967 como um momento especial de afirmação na música e no rock, lançando seus dois primeiros álbuns, que foram o “The Doors” e o “Strange Days”, se colocando não como uma banda hippie como eram as de São Francisco, mas com a mesma verve experimentalista e psicodélica. 
A banda The Velvet Underground, por sua vez, também norte-americana, mas com origem em Nova Iorque, lançava naquele ano de 1967 o seu debut, o The Velvet Underground & Nico, guiada por músicos como Lou Reed e John Cale, que é o hoje famoso álbum com o desenho da banana de Andy Warhol, mas que na época foi um fiasco de crítica e de público.
Isto é, um álbum e banda subaproveitados na época em que surgiram, mas que, posteriormente, viriam a ser influência para inúmeras bandas bem-sucedidas que viriam nos anos à frente. Isto pode se dever ao som que a banda praticava, que não coadunava com nada, era um tipo de música de vanguarda, e que não se encaixava nem mesmo no experimentalismo ou psicodelia próprias de 1967 e do movimento que vivia o rock em geral, com músicas que não seguiam nenhum padrão existente, como I'm Waiting For The Man, Heroin e Venus In Furs.

REINO UNIDO

No Reino Unido, por sua vez, também temos um ano de 1967 brilhante, com bandas poderosíssimas, seguindo também, neste ano, a rota experimental e psicodélica, bandas como The Who, The Rolling Stones e The Beatles. Com os Beatles alcançando o topo criativo, junto com o produtor George Martin, voando alto com o emblemático álbum Sgt. Pepper’s Lonely Heart Club Band, marco de 1967 e de toda a História do rock, consolidando a guinada experimental da banda que havia começado com Rubber Soul e Revolver. 
Os Rolling Stones, por sua vez, navegaram na seara psicodélica sem terem o mesmo sucesso dos Beatles e de outras bandas, pois meses após o marco histórico dos Beatles, eles botam na praça o Their Satanic Majesties Request, um disco bom, agradável, mas que não foi bem recebido ou bem compreendido, uma vez que os músicos dos Stones surgiram bebendo na fonte do blues, e a versão psicodélica deles soou meio deslocada pelo que eles eram como banda desde então e que seriam também depois de 1967.
O The Who, por sua vez, em 1967, ainda antes dos saltos com as óperas-rock do Tommy ou do Quadrophenia, teve seu primeiro álbum conceitual, que foi o The Who Sell Out, apontando um caminho que estendia muito o escopo até então de canções curtas do estilo de vida mod de seus primeiros álbuns. Nada muito lisérgico, no entanto, mas com o conceito avançado pelo que eles tinham feito até então como compositores.
Ainda no cenário britânico, temos o excelente power trio do Cream, formado por Eric Clapton, Ginger Baker e Jack Bruce, com 1967 sendo o ano em que saiu o incrível e experimental Disraeli Gears, numa mistura que conseguiu reunir com perfeição tanto a fonte blues-rock como o experimentalismo psicodélico em voga naquela época, com hinos definitivos como era a faixa Sunshine of Your Love.
E no cenário britânico, entre 1966 e 1967, vemos surgir um guitarrista norte-americano de nome Jimi Hendrix, este que iria mudar tudo do que se conhecia com guitarra até então, e que despontou no mundo da música de fato com a sua primeira banda The Jimi Hendrix Experience, pois antes foi colaborador e músico de apoio de figuras como Little Richards.
Jimi, como músico, explodiu sobretudo depois de sua apresentação no Festival Pop de Monterey, com o The Who tocando antes dele, pois os caras já sabiam que Jimi chegaria para ficar no mundo do rock, no que Jimi Hendrix desbancou o até então chamado Deus da guitarra, Eric Clapton. A sua banda The Jimi Hendrix Experience que também contava com Noel Redding no baixo e Mitch Mitchell na bateria, sendo 1967 também o ano de lançamento do debut da banda, o Are You Experienced?, ano em que a banda também daria luz ao segundo álbum, Axis : Bold as Love.
E neste ano de 1967 também vemos se consolidar e se formar o que viria a compor o cenário do rock progressivo, com 1967 sendo palco para álbuns que abririam este caminho do rock como o debut do Procol Harum, com o nome da banda, já com o uso do órgão Hammond, e com o grande sucesso daquele ano que foi a faixa A Whiter Shade of Pale.
E num estilo que muitos ligam mais ao que seria um gênero à parte de uma única banda, podendo ser bem chamado de space rock, mas que forçosamente alguns botam na pasta rock progressivo, temos o debut do Pink Floyd, que foi o álbum The Piper at the Gates of Dawn, indo ao extremo da experimentação e da psicodelia praticada até então, com a maioria das composições feitas pelo então vocalista e guitarrista Syd Barrett, que logo em seguida teria a sua mente derretida pelo LSD, tendo que sair da banda. Este álbum pode ser bem considerado como o que consolidou o campo do experimentalismo no rock.

CONCLUSÃO

1967, portanto, tem importantes contribuições musicais, sobretudo no rock, com fenômenos simultâneos surgindo, e que tinha um cenário ideológico de liberdade, ímpeto que se refletia no rock e no estilo de bandas que mergulhavam de cabeça na psicodelia e no experimentalismo, cenário que tinha bases em São Francisco, mas que também contava com um forte fluxo criativo das emblemáticas bandas britânicas que também participaram deste processo de renovação e expansão do rock até então conhecido e praticado.

Link recomendado : https://www.youtube.com/watch?v=Mb3iPP-tHdA

Gustavo Bastos, filósofo e escritor.

Link da Século Diário :  http://seculodiario.com.br/36287/14/algumas-perolas-de-1967






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