O parto que ali nascia
tinha o frio da faca,
um corte reto
que alinhava
delicadeza
e espanto.
Linha constante que do grito lancinante
estremecia o sangue fervido
das pestanas e do caos
poético de outrora.
O parto sequioso que alumiava
o ventre seco das ancas
ventiladas de estro
e potência.
O poeta, tal qual um Sócrates trovador,
perdia suas linhas com o frio da faca
em corte rente como um grande bisturí
de ponta e de coração aturdido,
uma grande arcada dentária
que abria o abismo,
o parto do poema.
24/09/2017 Gustavo Bastos
Elzenir Apolinário: Releituras de Mundo
Há uma semana
Nenhum comentário:
Postar um comentário