PEDRA FILOSOFAL

"Em vez de pensar que cada dia que passa é menos um dia na sua vida, pense que foi mais um dia vivido." (Gustavo Bastos)

terça-feira, 16 de abril de 2013

GUERRA FILOSÓFICA

Plange hirto o fundo da barriga.
Qual o sono das esferas?
Qual o dia da mancha azul?
Faz-se o sol,
eu leio o fashion
das cartas
rasgadas,
veio o céu selado
ao alvo.

Plange sílfide na tormenta.
Eu tenho o trabalho do tear
com os livros estourados.

Cânticos tibetanos,
filósofos,
pensei em Heidegger,
desisti,
lutei com Nietzsche
e dei um urro,
espanquei Kant
e apanhei de Hegel,
mordi a bunda
de Marx
e vi Platão
numa foto,
quem a tirou
de minha estante?
Certo alfarrábio,
o livro mascado
de fome de Freud,
e todos os doutos
da Igreja.

Qual dor mais enternecida
que no "cântico dos cânticos"?
Viro os olhos nas suratas,
perco as canções de Gita,
o verso dorme em Safo,
os olhos voltam a si
com o vinho de Baudelaire,
peço a Beckett
para expulsar
Lucky
da festa,
Pozzo dá um salto!

Quantas mais?
Sócrates se debulha.
Aristóteles não adianta morder,
quebra os dentes.
Parmênides é uma pedra,
Heráclito um miasma.

16/04/2013 Êxtase
(Gustavo Bastos)

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