PEDRA FILOSOFAL

"Em vez de pensar que cada dia que passa é menos um dia na sua vida, pense que foi mais um dia vivido." (Gustavo Bastos)

domingo, 4 de dezembro de 2011

PLATEAU


                                 
   Tudo rolou sem parar, quando da chegada do grande Homem.

   O dilúvio se fez em cima dos facínoras,
   Tempestades cruéis de sangue e lodo,
   Firmou-se o fim das Eras, o fim que a Guerra não teme.

   Mas, o grande Homem, o Todo Poderoso indignou-se ao sabê-lo,
   Fez do barro um desgraçado ... o pavio estourou a bomba!

   Quem nos fez ardilosamente? Quem nos sanou da Loucura?

   Lodo e sangue! Música aos tímpanos, ludíbrio!
   Morreu ontem um imbecil sarnento, um gigolô na esbórnia.
   Desde o núncio fanfarrão, o Verbo se fez carne, uma carne podre deveras!

   Os bois eram os homens, os párocos eram os sub-homens.
   Pois o quê? Homem! Este ser estapafúrdio e desregrado,
   Por mais aguilhoado e temerário que seja! Um dia só em minha vida ...
   E o apocalipse, não ... era uma visão idiota.
   Visionário, poeta, uma raça de infortunados, uma raça amaldiçoada,
   Tal os peles-vermelhas, os negros.

   Eu sou pernóstico, assíduo no pedantismo, colaborador da balbúrdia.
   Vou aqui e ali, no profundo do desdém do mundo, iníquo.
   Que é a Música? Que é o Dilúvio? Que é a minha máscara?
   Basta de jogos! Um cego que vê! Assim mesmo, joguete.

   Não saberei a pronúncia das línguas celestes,
   Lá, eles são mudos e meditativos.
   Mas aqui é treva, a treva sanguinolenta dos prazeres do corpo,
   Eu o renego, mas em que porrete?
   Lá vai, Profeta! Morra de uma vez!
   Um livro, pois, que é a vida, mas a vida grandiosa!

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