PEDRA FILOSOFAL

"Em vez de pensar que cada dia que passa é menos um dia na sua vida, pense que foi mais um dia vivido." (Gustavo Bastos)

domingo, 29 de maio de 2011

DANÇARINO

Devo dançar ou devo morrer?

O cristal se espatifou

no chão,

e goteja o sangue

de minha mão.



Quanto é o sol e o céu da noite?

Quanto eu amarei em pranto?

Meu cinzel fez a musa,

mas era pedra,

não existia,

nunca existiu.



Eu agora sou poeta, o poeta da ágora,

o poeta do sonho de rubi,

o poeta do tigre selvagem,

e o meu olho é a bruma

na qual desejei uma musa.



Não posso mais nem morrer!

O dia propício já passou,

o que ainda posso pensar

é num rocio de paisagem de verão,

o sol torrencial da chuva,

a chuva do calor com frio,

e a veste desnuda em carne e espírito.



Devo fazer o quê?

Morrer não, dançar sim.

É o que sou, poeta temerário

que um dia ceifou a paixão.



Não vou admitir a morte

quando jovem,

só serei o dançarino das estrelas,

aquele que mata e não morre,

aquele que voa

e depois dorme.



03/11/2009 Gustavo Bastos

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