PEDRA FILOSOFAL

"Em vez de pensar que cada dia que passa é menos um dia na sua vida, pense que foi mais um dia vivido." (Gustavo Bastos)

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

HISTORIANDO ARTE SINFÔNICA (REMAINS)


Nos restos mortais remains summer love

tens a primavera e o primogênito

tens o gênio em tu mesmo

e a garra e a pata e a mão

tens a mão para escrever

a pata para caminhar

e a garra para rasgar o verbo



Em tantos verbos verborragias

pairei diante de Laocoonte e seus filhos

pairei flutuando no desenho da serpente

e ali refundei o helenístico perdido

noutra noite de gregos e troianos



Mas a pura lavoura adormece

sobre o campo úmido

a louca estação da primavera

me trouxe Renoir e Manet

nuvens de cores atmosféricas

como dizem impressionista

antes do experimento

antes de Picasso

paralelo à Cézanne

antes da pop art

depois do rococó cocoricó

eu tenho admiração

por artes atmosféricas

Georges Seurat pontilhista

Vincent Van Gogh

o louco o místico o transtornado

o suicida e o gênio automático



O ambiente é ardente

temos o espasmo

temos o pintor

ovelha negra o artista

aqui eu não pinto outra coisa

senão castelos

senão murais

senão murais e castelos de poesia

senão rima ou livre ou branco ou métrico

ou nada disso



Aqui estou entregue ao meu holocausto

eu pinto uma cidade

eu construo uma Bauhaus

um Le Corbusier um Niemeyer

ou um Miguel Ângelo

depois de viajar na máquina do tempo



O que eu quero é vasto vastíssimo

e História da Arte

é uma matéria densa e fascinante

como a época em que vivemos

época de surto

eu surtei eu surtei eu surtei

ôpa surtei de novo e de novo e de novo

mas então faço arte

faço cambalhotas

e termino inesperadamente

no verbo escrito

escrito e pronto



09/01/2009 Gustavo Bastos

Um comentário:

  1. Oi Gu!
    Gostei do poema. Teu blog tá demais!! E quanta produção!!
    Beijão querido.
    Te amo!

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