PEDRA FILOSOFAL

"Em vez de pensar que cada dia que passa é menos um dia na sua vida, pense que foi mais um dia vivido." (Gustavo Bastos)

sexta-feira, 15 de maio de 2020

A PESTE – PARTE II

“o COVID-19 é o maior desafio mundial desde a Segunda Guerra Mundial”

O COVID-19 se configurou com rapidez como uma pandemia. Esta que é uma doença respiratória aguda causada pelo coronavírus da síndrome respiratória aguda grave 2 (SARS-CoV-2). Esta doença foi identificada, primeiramente, em Wuhan, na província de Hubei, na China. O vírus teve provável origem animal, com os primeiros casos em humanos vindos, principalmente, do Mercado Atacadista de Frutos do Mar de Huanan, que também vendia animais vivos.
Tivemos grandes surtos da doença nos Estados Unidos, ultrapassando 1 milhão de casos, se espalhando fortemente pela Itália, na sua região norte, com gravidade na cidade de Bérgamo e na região da Lombardia e do Vêneto, e na Espanha, com mais de uma entrada do vírus, no Reino Unido, que hesitou em fazer o isolamento social, mas teve que fazer, devido à perda de controle do contágio, casos diversos na Alemanha que tiveram bons resultados de retenção, Rússia, Turquia, Irã, Brasil e a região continental da China.
Os cientistas chineses isolaram um novo coronavírus, o COVID-19, que é 70% semelhante na sequência genética ao SARS-CoV, e este novo vírus não mostrou a mesma letalidade do SARS, mas é muito mais contagioso. Em 30 de janeiro de 2020, a OMS declarou o surto uma PHEIC (Emergência de Saúde Pública de Âmbito Internacional).
Com a pesquisa da Universidade de Agricultura do Sul da China, foi levantada a suspeita de que o pangolim pode ter sido o hospedeiro intermediário do vírus. Em 11 de fevereiro de 2020, Tedros Adhanom Ghebreyesus, chefe da OMS, anunciou o nome oficial da doença, que passaria a ser chamada de COVID-19, uma vez que a palavra coronavírus se refere ao grupo que o vírus pertence, e não à última cepa descoberta, sendo que o vírus em si foi designado por SARS-CoV-2.
Ainda não existem medicamentos antivirais aprovados para o tratamento de COVID-19, com muitos sendo desenvolvidos e medicamentos já existentes sendo testados. Nos casos mais graves da doença se faz necessária a hospitalização com oxigenoterapia, soro e ventilação mecânica. Os sintomas variam de pouco graves, como constipação, aos muito graves, como pneumonia viral grave com insuficiência respiratória potencialmente fatal, assim como temos casos assintomáticos, os que são infectados pelo vírus, mas não manifestam sintomas. Por sua vez, os sintomas mais comuns são febre, tosse e dificuldade em respirar.
Os primeiros casos suspeitos foram notificados em 31 de dezembro de 2019, com os primeiros sintomas aparecendo algumas semanas antes, em 1 de dezembro de 2019, com o Mercado sendo fechado em 1 de janeiro de 2020 e as pessoas sintomáticas sendo isoladas, e dentre 700 pessoas, incluindo nisto 400 profissionais de saúde, os quais, por terem entrado em contato com possíveis infectados, foram então monitoradas, logo em seguida. A primeira morte pelo vírus aconteceu em 9 de janeiro de 2020.
Em 20 de janeiro, a China registra um aumento acentuado nos casos com quase 140 novos pacientes, com o vírus chegando a Pequim e Shenzhen, com Wuhan entrando em quarentena no dia 23 de janeiro de 2020, e com o vírus chegando na Europa em 24 de janeiro de 2020, e de uma norte-americana, no navio de cruzeiro Westerdam, em 15 de fevereiro de 2020.
No dia 18 de março de 2020, Donald Trump anuncia que vai invocar a lei de guerra e comparou esforços à Segunda Guerra Mundial, e em 5 de maio de 2020, pelo menos 3 578 301 casos foram confirmados globalmente, em mais de 200 países e territórios, com grandes contágios na Europa, na China continental, nos Estados Unidos, no Irã e na Coreia do Sul. Com 251 059 mortes confirmadas e 1 162 279 de pessoas curadas.
Dentre as estratégias para controlar um surto viral estão a contenção, a mitigação e a supressão. Na contenção temos as medidas que se dão no início de um surto, isolando as pessoas infectadas, a mitigação passa a ser exercida quando a sua contenção já não é mais possível. E a supressão é uma medida mais radical, diante de um cenário mais disseminado que já se chama de pandemia.
E dentre as medidas que são usadas está o chamado “achatamento da curva epidemiológica”, que é uma tentativa de diminuir o pico de infecção, para que os sistemas de saúde não fiquem sobrecarregados ou entrem em colapso, e que se dê tempo para que sejam desenvolvidas vacinas e tratamentos antes de uma curva acentuada ou mais grave e extrema de contágio.
Se inclui também, no controle de uma pandemia, medidas de orientação da população, que incluem prevenções pessoais, como uso de máscara, álcool gel ao lavar as mãos, quarentena voluntária, e medidas de prevenção comunitária, nas quais se incluem fechar escolas, cancelar eventos, conter aglomerações, e temos medidas ambientais de limpeza e desinfecção de superfícies.
Em 30 de março, a UNCTAD (Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento), órgão da Organização das Nações Unidas, a ONU, publicou em relatório e as Nações Unidas pediram um pacote de 2,5 trilhões de dólares para nações de países em desenvolvimento, com a intenção de fomentar uma ação global efetiva. No dia primeiro de abril de 2020, o Secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, afirma que o COVID-19 é o maior desafio mundial desde a Segunda Guerra Mundial.
O cenário do COVID-19 mudou muito rapidamente em poucos dias, passando de casos na China contidos e com o resto do mundo tendo infecções escassas, para a expansão de surtos descontrolados na Itália, na Coreia do Sul e no Irã. Quando já era uma pandemia, o surto de COVID-19 provocou muitas medidas de quarentena e proibição de circulação de pessoas entre regiões, muitos países tomaram medidas de isolamento social, com os Estados Unidos suspendendo as viagens do Espaço Schengen europeu e, posteriormente, do Reino Unido.

(continua)

Gustavo Bastos, filósofo e escritor.




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