PEDRA FILOSOFAL

"Em vez de pensar que cada dia que passa é menos um dia na sua vida, pense que foi mais um dia vivido." (Gustavo Bastos)

quarta-feira, 18 de julho de 2018

JEFF BUCKLEY E SEU ÁLBUM GRACE


“O álbum Grace foi lançado em agosto de 1994”

Jeff Buckley lançou apenas um único álbum de estúdio em vida, o qual foi intitulado “Grace”, com 10 faixas distribuídas em pouco mais que 51 minutos. Suas músicas são intensas, marcadas por lirismo e sinceridade, e que demanda um ouvinte atento para o que vai apreciar, pois este álbum exige um espírito livre para entender o que tem nele.
Jeff Buckley não é fácil, mas para verdadeiros apreciadores de rock alternativo isso acaba virando uma paixão a partir do momento em que as músicas começam a ser assimiladas, e digo que eu estou estupefato a cada audição do álbum, Grace é único no cenário musical que na época era dominado pelo grunge, pois foi lançado em 1994, e também é o único registro de estúdio, como dito, de Jeff Buckley ainda vivo.
Além de sua lírica, de suas letras autobiográficas ou não, temos uma instrumentação impecável, e mesmo com uma mixagem não tão exigente, temos uma interpretação vocal também estupenda, e Jeff Buckley como músico, por sua vez, neste álbum junta o rock alternativo, o folk, a música indiana e o Jazz, tocando também alguns covers, dos quais se destaca a melhor versão de Hallelujah de Leonard Cohen, que supera o próprio e tem o toque especial de Jeff com grande verdade.
A biografia do músico é curta, interrompida por sua morte por afogamento aos 30 anos, três anos depois do lançamento de Grace. Tal tragédia se deu no rio Wolf, um afluente do Rio Mississipi, logo após o músico ter gravado algumas músicas para o que seria o seu segundo álbum, quando Jeff resolveu nadar no rio antes de se encontrar com a sua banda, e foi cantarolando “Whole Lotta Love” do Led Zeppelin, segundo Foti, seu amigo, que ouviu a canção da voz de Jeff enquanto nadava, até que depois deste amigo de Jeff voltar do carro ao guardar alguns objetos, a voz sumiu, e Foti chamou a polícia, o corpo de Jeff Buckley foi encontrado uma semana depois, já sem vida. 
Jeff Buckley passou por uma atividade musical que pode ser resumida em seis anos e apenas um álbum de estúdio, o Grace. Buckley nos apresenta em Grace uma voz muitas vezes sussurrada, um som único que tem uma predominância da guitarra, porém, sem solar, apenas soando o instrumento para uma música intensa e dramática, que inunda o ouvinte que dela se agrada. E quanto às letras, temos uma ligação entre as temáticas destas com o som que é tocado, tudo flui numa unidade que leva Jeff Buckley a soar como um músico original e enfrentando um cenário dominado pelos vocais gritados do grunge.
A faixa-título "Grace" tem boas variações e logo temos "Last Goodbye" e "Lover, You Should've Come Over", com um som mais básico, seguindo temos um som alternativo e mais sombrio com “So Real" e "Dream Brother", e um momento bem rock e pesado com “Eternal Life”, sem destoar do conjunto do álbum, contudo. Jeff Buckley não foi um sucesso comercial amplo, mas tem adeptos de seu som que são medalhões, como, por exemplo, Jimmy Page, ex-Led Zeppelin, que considera Grace o melhor álbum da década de 1990.
O fenômeno Jeff Buckley, por sua vez, é o de um músico que conseguiu grande dimensão e respeito com apenas um único álbum de estúdio, o que nos lembra sempre que a sua morte foi um grande prejuízo para a música alternativa e para o rock em geral. O álbum Grace foi lançado em agosto de 1994, e foi destaque positivo na crítica musical e ganhou adeptos famosos, como o já citado Jimmy Page, além de figuras como Paul McCartney, David Bowie, Bono Vox, Robert Plant e Chris Cornell, sendo influência para bandas como Radiohead, Muse, Coldplay, Travis, Jamie Cullum, Incubus, John Mayer, dentre outros.
Filho de Tim Buckley, grande nome do folk no final dos anos 1960, Jeff veio de um cenário que corria em paralelo ao sucesso estrondoso do grunge da década de 1990, cenário próprio este que se localizava no bairro East Village, em Nova York, mais exatamente no café Sin-É, cenário que começara em 1989 e local este que teve frequentadores como Allen Ginsberg, o poeta beat, Marianne Faithfull, a banda neo-setentista The Black Crowes, Iggy Pop, Johnny Depp, dentre outros.
Buckley conseguiu, com seu único álbum de estúdio em vida, nos comover com sua sinceridade musical, com canções intensas e que tocam a alma, transmitindo sentimentos próprios, de sua existência, e com uma sensibilidade que deve ser entendida como a sua força, se destacando como compositor, instrumentista e intérprete.

Link recomendado : Jeff Buckley – So Real : https://www.youtube.com/watch?v=EcaxrqhUJ4c

Gustavo Bastos, filósofo e escritor.

Link da Século Diário :  http://seculodiario.com.br/39484/14/jeff-buckley-e-seu-album-grace





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