PEDRA FILOSOFAL

"Em vez de pensar que cada dia que passa é menos um dia na sua vida, pense que foi mais um dia vivido." (Gustavo Bastos)

quinta-feira, 14 de abril de 2016

CORTES DO CORPO DO POEMA

Corta, em tua faca, a esmo.
Por detrás do desenho, o osso,
mármore de corpo.

Corta o osso: eis o fêmur,
o diapasão que ergue
o corpo,
como queres.

Desde a clavícula,
por toda a omoplata,
o corpo está em si.

Mármore, branco poema.

Este: o poema.

Corpo de osso duro,
com o meio da entranha,
com o espanto:
este espasmo da consciência.

Corta o corpo: membros dispostos
sobre a mesa cirúrgica,
os olhos saltados da órbita,
tal o esquartejamento
de palavras,

corpo do poema em corte, sucinto.

14/04/2016 Gustavo Bastos

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