PEDRA FILOSOFAL

"Em vez de pensar que cada dia que passa é menos um dia na sua vida, pense que foi mais um dia vivido." (Gustavo Bastos)

terça-feira, 16 de outubro de 2012

ESTRO DA NOITE

Do estro emoldurado
no castelo de rubi,
um ás contorna
a enseada do mar bravo
na palma do oceano.

A fúria indômita
do poeta ruge
qual farol galopante
de morte e de estrada,
de nau ferida
na noite da armada,
de voz rupestre
na pedra do poema.

Da lida com a máquina,
o cobre e o estanho,
o feno e o sal,
a cor virgem vermelha
na carne da diáspora,
os velhos marujos
no coração da selva
intactos,
os vaticínios de tragédia
despertando em vigílias
de vidência
no corpo refulgente
da transfiguração.

Morreu caído o eldorado,
fugiu o poeta
com seu vinho
e sua alma
de vidro,
fugiu com romance
de lutas inglórias,
fugiu com o amor
dilatado
de uma pupila
no convés
do tempo disperso,
fugiu com o temor
da tempestade
em suas mãos
de anjo,
fugiu na noite
endemoniada
de selvagens
feras do fundo
do sonho
de ametista,
fugiu com o grito
rasgando
a madrugada
do pavor
de todos os delírios
do mundo.

16/10/2012 Libertação
(Gustavo Bastos)

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