PEDRA FILOSOFAL

"Em vez de pensar que cada dia que passa é menos um dia na sua vida, pense que foi mais um dia vivido." (Gustavo Bastos)

terça-feira, 10 de julho de 2012

ETERNIDADE VERTIDA

Atenas sitiada, vozes da penumbra
na noite azul da dança.
Quantas são as hordas
do fim do mundo?
Vejo em minha manta
o sujo estupor
do gládio,
pelos ventos vorazes
na alta silente rubra flor.

O alvo está morto,
os estertores da fúria
golpeiam o meu ventre,
a cápsula do temor
vinga o solo do sol
no rancor da fera.

Outrora festa, presente macabro,
as velas se acendem
no caos do espírito,
corre nas sombras
a luz ferrenha
nos haustos
do penedo.

Honra e destemor
vagueiam
nas obras
inacabadas
do torpor.

Aleluias velam pelo corpo
na cor vicejada
de diamante.
Correntes são puxadas
na escada do infinito,
na palma inquieta
que lê.

Olhos malvistos, castelos
na noite celebrada.
Vultos no sonho do poeta
que fugia de seu céu
na idade de uma virgem.

O solo fértil retinha
o tremor arcaico
de funda poesia,
desídia na vingança
era o tédio
com ardor
pelos cantos
de febre
na infinita
dor, quando
eu sabia
de todos os acordes
de tenores
numa volta
de drama
pelo ato final.

Restava o céu furioso
nas vigas da eternidade.
Época de sonho
pelo vinho
que navega
nos ares
de ácidos
e juramentos
redivivos.

A praia ventava
como sentimento
de um animal maldito
como negror de morte.
Sobrevida era o emblema
no socorro das almas
em profunda vitória.

A tela era claustro
e emoção no rasgo
de verdade,
no livro que feria
de rigor e tripudiava
do algoz na noite
do fogo embriagado.

Regia o maestro
debilitada orquestra
quando renasceu
toda a eternidade
na ponta da pena.

10/07/2012 Libertação
(Gustavo Bastos)

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