I
No canto em que o poeta surge,
tem em si a memória,
em sua cadeira ele se senta,
traz os seus pensadores,
traz na memória os seus lagares,
e na noite vindoura,
seus lugares.
II
Perto da solidão o poeta se esmera,
qual rouxinol de dia calmo,
os seus farelos ele come,
e em dias primaveris,
ele se esconde.
III
Eis que o céu se determina como vento,
e vira-se o céu em vida e canção,
que no tempo preciso,
será sedução,
e numa casa qualquer,
o tímido alvorecer de um poeta.
IV
Bendito o solo em que pisas,
és o dia e a noite em sermão,
o solo que sustenta teus olhos,
e o vinho é o teu mais supremo primor.
V
Na atmosfera, por dentro o poeta
respira.
Divaga por veredas em seus pergaminhos.
Pinta em seu delírio uma panacéia
para as dores do mundo,
pois o poema indolor
é o renascimento de tudo,
vendo então nos escaninhos da existência
que a vida é feita de fogo,
vendo aí a sua vindima.
VI
Dos laços em que a poesia se prende,
um é o mais forte,
a sua vida que sofre inesperada,
uma mutação de cores
em silêncio,
e o pranto da lacrimosa juventude.
O laço mais forte do poeta
é a flor num dia se tornar
vida meditada,
onde seu poema é a semente
germinada.
26/04/2009 Gustavo Bastos
Notas
Há 16 horas
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Sempre doce ler uma bela poesia. Também estarei lançando um livro no mes de abril, Historia de um amor platônico. Espero sua visita em meu blog:
ResponderExcluirgizamai.blogspot.com
Grande abraço e boa sorte!
Obrigada pela visita. Com prazer estou seguindo vc! Abraços
ResponderExcluirestava passeando pela internet e encontrei este blog,Gustavo parabens pelo livro,olha que legal,O meu primeiro livro de poesias lançado em 1983 tambem se chamava Germinação.
ResponderExcluirsucesso.